Política

CANTO DO CISNE

No mês em que faz 37 anos, PSDB dará o que poderá significar sua extinção

Partido marcou para amanhã convenção nacional para votar se os tucanos concordam com fusão ou incorporação ao Podemos

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Fundado no dia 25 de junho de 1988, o Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) fará amanhã, no Edifício Metrópolis, L2 Sul, Quadra 607, Cobertura 2, em Brasília (DF), a sua 17ª convenção nacional, semipresencial, para decidir sobre sua fusão ou incorporação com o Podemos, de olho nas eleições gerais do próximo ano.

Na prática, qualquer que seja a decisão, o partido, que nasceu ligado à luta contra o regime militar e pela redemocratização do Brasil, tendo como líderes e fundadores o ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso e os ex-governadores de São Paulo Mário Covas e Franco Montoro, poderá decretar sua extinção.

Isso porque o ninho tucano deverá sofrer uma revoada nas 27 unidades da Federação. Diferentemente do que pensa o presidente nacional do PSDB, Marconi Perillo, a maioria dos membros do diretório nacional, parlamentares e delegados estaduais e demais filiados não acredita que a união com o Podemos resolverá a situação da legenda.

Dois, dos três governadores tucanos, já bateram as asas do ninho e foram para o PSD – Eduardo Leite (RS) e Raquel Lyra (PE) –, que era a legenda preferida pela maioria das lideranças do PSDB para fazer uma fusão ou incorporação, em razão da força do partido nacionalmente. 

Entretanto, alegando que o presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, só queria a incorporação, o que significaria o fim do PSDB, o deputado federal Aécio Neves (MG) conseguiu convencer o presidente Marconi Perillo a abrir mão da aproximação com a legenda.

Por ironia do destino, o problema é que a fusão ou a incorporação ao Podemos vai acabar provocando o que Aécio Neves mais temia, ou seja, o fim de um dos partidos mais tradicionais do Brasil depois da redemocratização, pois já é dada como certa a saída do último governador do PSDB, Eduardo Riedel, de Mato Grosso do Sul, para se filiar ao PP, porém, com grande possibilidade de ser o PSD.

Com a saída dele para o PP ou o PSD, quem também está com as malas prontas para deixar o ninho e ingressar no PL é o presidente estadual do partido, o ex-governador Reinaldo Azambuja, que será seguido pelos 44 prefeitos que a sigla elegeu em Mato Grosso do Sul, bem como os 6 deputados estaduais e o 3 deputados federais. 

FIM DE UMA ERA

Desde a redemocratização do Brasil, o PSDB é composto por um grupo diversificado e democrático, pois sempre esteve presente nas eleições e nas participações políticas dos estados, bem como em âmbito federal.

A origem do PSDB está ligada à luta contra o regime militar, pois alguns líderes e fundadores do partido, como Fernando Henrique Cardoso, Mário Covas e Franco Montoro, foram vítimas do período ditatorial e personalidades importantes para a guinada democrática no País.

Essas lideranças compunham a linha de frente da campanha pelas eleições diretas para presidente da República, entre 1983 e 1984, marcando presença em importantes comícios na cidade de São Paulo, que, logo em seguida, foram se espalhando por todo o País.

O grupo que se formava defendia um sistema partidário pluralista e sólido, com vários projetos e partidos em torno da política. Esse grupo, chamado por alguns de “PMDB histórico”, por ter integrantes filiados ao partido de oposição ao regime militar, foi se consolidando cada vez mais.

Logo após as eleições gerais de 1986, com um excelente resultado para o PMDB e com a filiação de muitos políticos ao partido, os “históricos” ganharam engajamento e entenderam que deveriam amadurecer novas ideias para aumentar cada vez mais sua popularidade no campo político.

Os futuros tucanos – nome dado para quem é filiado ao PSDB – formaram então um grupo chamado Movimento de Unidade Progressista (MUP), que defendia ideias como formar uma democracia moderna com regime parlamentarista e mandato de quatro anos para o presidente da República. Elas não conquistaram, porém, o então presidente José Sarney (PMDB), o que aumentou a insatisfação de alguns dentro do grupo.

Todo esse movimento progressista levou, depois de um período, à ideia de se desmembrar do PMDB e formar um novo partido, de cunho social-democrata. E mesmo com uma discussão dentro do partido sobre permanecer ou não, criar um projeto novo ou não, em maio de 1988, as coisas começaram a mudar.

Após a Câmara dos Deputados regulamentar as eleições municipais e, pela nova lei eleitoral, permitir candidatos de novos partidos nas eleições, a tensão para o nascimento de uma nova sigla aumentava.

Foi então que, em 25 de junho de 1988, o Partido da Social Democracia Brasileira foi fundado, com o princípio de prosseguir na luta por mudanças sociais e políticas. Então formado por 40 deputados e 8 senadores, o PSDB começou a sua história.

Os tucanos já tinham alcançado, logo depois de seu nascimento, cadeiras na Câmara dos Deputados e no Senado, o que, segundo os filiados, muito agradava pelo primeiro o. Mesmo assim, o partido foi se moldando aos poucos para que pudesse ocupar mais cargos políticos no Brasil.

Nas eleições presidenciais de 1989, com Mário Covas, o PSDB participou da disputa pela Presidência, ficando em quarto lugar. No ano seguinte, nas eleições gerais, conquistou apenas uma vaga para governador e uma para senador, ambas pelo Ceará.

Foi apenas em 1992 que o partido conseguiu vitória mais expressiva, ao eleger 332 prefeitos, entre os quais, 5 em capitais, ampliando o leque de oportunidades e crescimento nos cargos públicos. No mesmo ano, com denúncias de corrupção e a abertura do processo de impeachment do presidente Fernando Collor, os tucanos se afastaram do Palácio do Planalto.

Com o afastamento de Collor e a oficialização do antigo vice Itamar Franco na Presidência, o PSDB volta a marcar presença na equipe de transição do presidente. Foram mais de três tucanos ativos nos ministérios da Presidência em curso. Em uma dessas pastas, o Ministério das Relações Exteriores, uma figura começa a aparecer para o povo brasileiro.

FHC

Fernando Henrique Cardoso, um dos fundadores do partido, ganhou grande notoriedade no governo: após deixar a Pasta mencionada, ingressou no Ministério da Fazenda. Enquanto ministro da área econômica do País, FHC enfrentava um problema que vinha assolando o Brasil nas últimas décadas: a inflação.

Uma equipe liderada pelo tucano e formada por vários economistas e estudiosos da inflação brasileira se reuniu para firmar alguma medida que contivesse o problema econômico nacional. Foi então que, em fevereiro de 1994, o plano real foi colocado em ação.

O imediato sucesso da contenção da hiperinflação foi importante não apenas para FHC e sua equipe, mas também para o PSDB, que, no ano seguinte, estaria em outro patamar político.

Em 1994, além de ter o seu candidato a presidente eleito, o partido dos tucanos elegeu 6 governadores, 11 senadores, 63 deputados federais e mais de 90 deputados estaduais pelo País. Foi o melhor resultado da história do PSDB, que obteve a maioridade eleitoral.

No fim do primeiro mandato, houve a aprovação de uma emenda que garantia a reeleição para cargos do Poder Executivo. Isso permitiu que FHC fosse reconduzido à Presidência, tornando-se o primeiro presidente reeleito e com duas vitórias em primeiro turno.

Porém, apesar do histórico de sucesso do partido e da participação em disputas acirradas à cadeira de presidente desde 2002, o ano de 2022 foi o pior em resultados do PSDB desde sua fundação.

De 10 governadores eleitos em 2010, os tucanos aram para apenas 3 na última eleição (RS, MS e PE).

Além disso, foram eleitos somente 13 deputados federais e 4 senadores. A pior derrota foi no estado de São Paulo, onde o partido governou de 1995 até o fim do mandato em 2022, já que não conseguiu mais quatro anos no governo.

Os tucanos foram perdendo espaço a partir do momento em que se configuraram contrários ao governo, nos anos do PT no poder, principalmente no período em que Lula esteve na Presidência.

Desde então, os resultados vêm piorando. Comparado a 2018, em 2022, o partido teve menos deputados federais eleitos, indo de 24 para 13. Além disso, não elegeu nenhum senador e contará com apenas quatro filiados no Senado, ainda por completar o mandato de 8 anos.

SAIBA

De acordo com as diretrizes do PSDB, a escolha do tucano teve três razões principais: 1º) o tucano de peito amarelo lembra a cor da campanha das eleições diretas; 2º) o tucano é um dos símbolos do movimento ecológico e da defesa do meio ambiente; 3º) por ser uma ave brasileira, traz identificação com o partido.

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Fugiu

'Zambelli pode ser presa a qualquer momento', diz embaixador do Brasil na Itália

A declaração foi dada em entrevista para a Globonews nesta quinta-feira, 12

12/06/2025 20h00

'Zambelli pode ser presa a qualquer momento', diz embaixador do Brasil na Itália

'Zambelli pode ser presa a qualquer momento', diz embaixador do Brasil na Itália Divulgação

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Após o Supremo Tribunal Federal (STF) enviar o pedido de extradição da deputada licenciada Carla Zambelli (PL-SP), o embaixador do Brasil em Roma, Renato Mosca, afirmou que "ela poderá ser presa a qualquer momento". A declaração foi dada em entrevista para a Globonews nesta quinta-feira, 12.

"Há uma mobilização para deter a deputada, porque ela está na lista vermelha de difusão da Interpol. As autoridades judiciais italianas acataram o pedido e, hoje, ela poderá ser presa a qualquer momento", disse o diplomata.

O embaixador explicou que não há uma operação ou um mandado de busca. Conforme as leis italianas, ela não pode ser presa dentro do domicílio onde estiver, como uma casa ou um hotel. Mas a medida pode ocorrer em qualquer lugar que não seja inviolável.

"Há um mandado de prisão provisória para fins extradicionais que é o mandado a partir do pedido da Interpol solicitado pelo governo brasileiro, que foi referendado pelas autoridades judiciais italianas", disse.

Procurada pelo Estadão, a equipe da deputada licenciada não havia se manifestado até a publicação deste texto.

Entenda o pedido de extradição de Zambelli

Após ser condenada a dez anos de prisão e perda do mandato na Câmara dos Deputados por invasão aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Carla Zambelli deixou o País. Ela seguiu inicialmente rumo aos EUA e, depois, para a Itália, nação em que ela possui cidadania.

Nesta terça-feira, 11, o STF enviou pedido de extradição para o Ministério da Justiça e Segurança Pública. O documento foi encaminhado para o Itamaraty e, em seguida, para a Embaixada do Brasil na Itália, onde foi aceito pelas autoridades locais.

Na nação europeia, o deputado italiano Angelo Bonelli, do Partido Europa Verde, pressiona o governo pelo envio da procurada de volta ao Brasil. Ele já havia pedido a extradição de Zambelli anteriormente.

O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), também bloqueou os rendimentos da deputada licenciada nesta quinta-feira, 12. O pedido foi feito pelo ministro Alexandre de Moraes, que também determinou a prisão preventiva de Zambelli após a saída dela do Brasil.
 

Política

Três deputados de MS votam contra lei que eleva pena do uso de arma ilegal

O projeto de lei aumenta a pena pela posse ou porte de arma de fogo de uso proibido, como fuzis. A reclusão que antes variava de 4 a 12 anos a a ser de 6 a 12 anos

12/06/2025 10h45

Três deputados de MS votam contra lei que eleva pena do uso de arma ilegal

Três deputados de MS votam contra lei que eleva pena do uso de arma ilegal Kayo Magalhães / Câmara dos Deputados

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A Câmara dos Deputados aprovou na noite da última quarta-feira (11) o projeto de lei que aumenta a pena pela posse ou porte de arma de fogo de uso proibido, como fuzis. A reclusão que antes variava de 4 a 12 anos a a ser de 6 a 12 anos.

A proposta que agora segue para o Senado, recebeu votos contrários de três parlamentares de Mato Grosso do Sul: Rodolfo Nogueira (PL), conhecido como “Gordinho do Bolsonaro”, Beto Pereira (PSDB) e Marcos Pollon (PL).

O texto aprovado é um substitutivo apresentado pelo relator, o deputado Max Lemos (PDT-RJ), ao Projeto de Lei 4149/04, de autoria do deputado Carlos Sampaio (PSD-SP). A nova versão altera trechos do Estatuto do Desarmamento (Lei 10.826/03),ampliando a punição para uma série de condutas relacionadas ao uso ilegl de armamento e explosivos.

Além do porte ou posse de arma de uso proibido, a pena de 6 a 12 anos também valerá para quem: 

  • tirar ou mudar numeração e marcas de identificação de arma de fogo ou artefato;
  • mudar as características de arma de fogo para torná-la equivalente a arma de fogo de uso proibido ou ou induzir policial, juiz ou perito a erro;
  • possuir, fabricar ou empregar artefato explosivo ou incendiário sem autorização legal;
  • comprar ou transportar arma de fogo com numeração, marca ou sinal de identificação raspado, suprimido ou adulterado;
  • vender, entregar ou fornecer arma de fogo, ório, munição ou explosivo a criança ou adolescente;
  • produzir, recarregar ou reciclar, sem autorização legal, munição ou explosivos ou adulterá-los de qualquer forma

Apesar do endurecimento, a pena para posse de arma de uso foi mantida: reclusão de 3 a 6 anos, mais multa. 

Outro ponto do projeto, é o agravamento da pena para disparo de arma de fogo em locais públicos ou habitados, quando for usada a arma de uso proibido. A pena, que hoje é de 2 a 4 anos de reclusão, ará a ser de 3 a 6 anos, além da multa. 

Também haverá punição mais severa para o comércio ilegal e tráfico internacional de armamentos. Se o crime envolver armas, órios ou munições de uso proibido, a pena será dobrada - atualmente o agravante é de 50%. 

Durante a votação, foram rejeitados destaques apresentados por parlamentares dos partidos PL e Novo, que tentavam barrar o aumento das penas. Outros deputados de MS também estavam presentes e votaram a favor do novo texto, entre eles Dr. Luiz Ovando (PP), Dagoberto Nogueira (PSDB), Geraldo Resende (PSDB), Camila Jara (PT) e Vander Loubet    (PT).

O relator acatou emenda que define, na própria lei, o que são armas de uso proibido. Segundo o texto, são aquelas descritas em tratados internacionais dos quais o Brasil é signatário, além de munições incendiárias ou químicas e armas disfarçadas como objetos inofensivos (simulacros). O objetivo é evitar que essas definições fiquem a critério de decretos do Executivo.
Parlamentares da oposição criticaram essa possibilidade, apontando que mudanças por decreto poderiam afetar cidadãos que possuem armas de forma regular.

"É urgente combater as armas ilegais. Mas os que possuem armas de forma legal não podem ser penalizados pela mudança de um decreto", disse o deputado Capitão Alden (PL-BA). 

Max Lemos, no entanto, garantiu que a proposta não atinge os colecionadores, atiradores desportivos e caçadores (CACs). “"À medida que aumentamos as penas para quem utiliza de modo ilegal arma de fogo, estamos protegendo e valorizando os CACs", afirmou.

O deputado Pastor Henrique Vieira (Psol-RJ), vice-líder do governo, defendeu a medida como necessária para enfrentar o tráfico de armas. 

“O crime organizado se alimenta do fluxo de armas ilegais. Ter mecanismos de punição para isso é absolutamente necessário e razoável”, declarou. 

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