Política

Carga tributária

Maioria dos deputados federais de MS é contra decreto de Lula que elevou IOF

Na Câmara dos Deputados, já foram apresentados 20 projetos de lei contra o tributo, sendo um deles de Rodolfo Nogueira (PL)

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A maioria dos deputados federais de Mato Grosso do Sul fechou questão contra o decreto do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que aumentou as alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e deve votar pela derrubada do tributo.

O Correio do Estado procurou os oito parlamentares do Estado na Câmara dos Deputados e seis se posicionaram contra o decreto do IOF, enquanto apenas os dois petistas informaram que votarão seguindo a orientação do governo federal, ou seja, pela manutenção do imposto (veja o quadro ao lado).

O deputado federal Rodolfo Nogueira (PL) é um dos insatisfeitos com o aumento do IOF e é autor de um dos 20 projetos de decreto legislativo (PDLs) apresentados na Câmara para derrubar o decreto presidencial.

“Vou votar a favor da derrubada, inclusive apresentei um PDL para barrar mais essa manobra desse governo para prejudicar o produtor rural desse país, aquele que sustenta a mesa do brasileiro”, declarou.

Ele disse ainda que o PDL é importante para o setor agropecuário brasileiro. “O agronegócio vem pagando os juros mais altos do mundo aqui no Brasil para produzir alimentos, e hoje nós vemos essa realidade, que é o aumento do IOF”, criticou.

Na verdade, conforme o parlamentar, a maioria dos produtores está utilizando as cooperativas de crédito para conseguir juros mais baixos.

“A gente acaba caindo no Sicredi, no Sicoob, enfim, esse decreto do Lula de aumento do IOF vai atingir diretamente essas cooperativas que o agro usa como captação de recursos e juros mais baratos no mercado”, explicou.

Na avaliação do deputado federal Geraldo Resende (PSDB), apesar do recuo parcial do governo federal em relação ao aumento do IOF, ele se manifestou contrário a qualquer elevação da carga tributária que penalize a população brasileira.

“A solução para o equilíbrio das contas públicas deve estar baseada no controle rigoroso dos gastos, na responsabilidade fiscal e no cumprimento efetivo das metas estabelecidas, e não na criação de novos encargos para os cidadãos”, pontuou.

O parlamentar complementou que medidas como o aumento do IOF geram impactos negativos diretos, afetando, por exemplo, compras e viagens no exterior, planos de previdência privada e a concessão de crédito para empresas, setores essenciais ao desenvolvimento econômico e à segurança financeira das famílias.

“A sociedade brasileira já a uma das maiores cargas tributárias do mundo e não pode ser novamente chamada a arcar com mais esse ônus. É preciso responsabilidade, sensatez e compromisso com o crescimento sustentável do Brasil”, argumentou.

Por sua vez, o deputado federal Dr. Luiz Ovando (PP) declarou que, enquanto o Brasil precisa de controle de gastos, o governo federal opta pelo caminho “mais fácil e mais injusto” – aumentar impostos.

“O novo decreto do presidente Lula mais que dobra a alíquota do IOF para empresas e microempreendedores, justamente quem move a economia real e gera empregos”, afirmou.

Na visão dele, essa medida afeta diretamente o crédito, encarece o investimento produtivo, prejudica a poupança de longo prazo e coloca um freio na retomada econômica.

“É um golpe contra quem trabalha e produz. Em vez de cortar privilégios e enxugar a máquina pública, o governo penaliza o setor produtivo com mais carga tributária. E pior: recua parcialmente após a pressão do mercado, mostrando improvisação e despreparo”, assegurou.

O deputado federal Beto Pereira (PSDB) também se posicionou contra o decreto do presidente Lula que aumentou o IOF. “Mais uma vez, o governo federal busca por meio do aumento da carga tributária solucionar seus problemas de caixa. Nunca considera diminuir despesas”, lamentou.

PRESIDENTE

Hugo Motta (Republicanos-PB), presidente da Câmara dos Deputados, afirmou ontem que o ambiente no Congresso Nacional é favorável à derrubada do decreto de Lula.

“Se pautar, o decreto é derrubado, sem dúvida. O ambiente nas duas Casas de Leis é para derrubar a medida. Existe um esgotamento no Congresso com medidas que aumentem impostos, visem a arrecadação sem discussão estrutural”, avisou.

Ele também disse que o Congresso está disposto a discutir reformas para equilibrar as contas, mas considera que o governo “parece estar atrás de manobras que soam como gambiarras para aumentar a arrecadação”.

As declarações foram dadas um dia após a reunião de Motta com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), e com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP). Na ocasião, segundo o presidente da Câmara, o governo federal se comprometeu a apresentar, em até 10 dias, uma alternativa ao aumento do IOF.

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Fugiu

'Zambelli pode ser presa a qualquer momento', diz embaixador do Brasil na Itália

A declaração foi dada em entrevista para a Globonews nesta quinta-feira, 12

12/06/2025 20h00

'Zambelli pode ser presa a qualquer momento', diz embaixador do Brasil na Itália

'Zambelli pode ser presa a qualquer momento', diz embaixador do Brasil na Itália Divulgação

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Após o Supremo Tribunal Federal (STF) enviar o pedido de extradição da deputada licenciada Carla Zambelli (PL-SP), o embaixador do Brasil em Roma, Renato Mosca, afirmou que "ela poderá ser presa a qualquer momento". A declaração foi dada em entrevista para a Globonews nesta quinta-feira, 12.

"Há uma mobilização para deter a deputada, porque ela está na lista vermelha de difusão da Interpol. As autoridades judiciais italianas acataram o pedido e, hoje, ela poderá ser presa a qualquer momento", disse o diplomata.

O embaixador explicou que não há uma operação ou um mandado de busca. Conforme as leis italianas, ela não pode ser presa dentro do domicílio onde estiver, como uma casa ou um hotel. Mas a medida pode ocorrer em qualquer lugar que não seja inviolável.

"Há um mandado de prisão provisória para fins extradicionais que é o mandado a partir do pedido da Interpol solicitado pelo governo brasileiro, que foi referendado pelas autoridades judiciais italianas", disse.

Procurada pelo Estadão, a equipe da deputada licenciada não havia se manifestado até a publicação deste texto.

Entenda o pedido de extradição de Zambelli

Após ser condenada a dez anos de prisão e perda do mandato na Câmara dos Deputados por invasão aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Carla Zambelli deixou o País. Ela seguiu inicialmente rumo aos EUA e, depois, para a Itália, nação em que ela possui cidadania.

Nesta terça-feira, 11, o STF enviou pedido de extradição para o Ministério da Justiça e Segurança Pública. O documento foi encaminhado para o Itamaraty e, em seguida, para a Embaixada do Brasil na Itália, onde foi aceito pelas autoridades locais.

Na nação europeia, o deputado italiano Angelo Bonelli, do Partido Europa Verde, pressiona o governo pelo envio da procurada de volta ao Brasil. Ele já havia pedido a extradição de Zambelli anteriormente.

O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), também bloqueou os rendimentos da deputada licenciada nesta quinta-feira, 12. O pedido foi feito pelo ministro Alexandre de Moraes, que também determinou a prisão preventiva de Zambelli após a saída dela do Brasil.
 

Política

Três deputados de MS votam contra lei que eleva pena do uso de arma ilegal

O projeto de lei aumenta a pena pela posse ou porte de arma de fogo de uso proibido, como fuzis. A reclusão que antes variava de 4 a 12 anos a a ser de 6 a 12 anos

12/06/2025 10h45

Três deputados de MS votam contra lei que eleva pena do uso de arma ilegal

Três deputados de MS votam contra lei que eleva pena do uso de arma ilegal Kayo Magalhães / Câmara dos Deputados

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A Câmara dos Deputados aprovou na noite da última quarta-feira (11) o projeto de lei que aumenta a pena pela posse ou porte de arma de fogo de uso proibido, como fuzis. A reclusão que antes variava de 4 a 12 anos a a ser de 6 a 12 anos.

A proposta que agora segue para o Senado, recebeu votos contrários de três parlamentares de Mato Grosso do Sul: Rodolfo Nogueira (PL), conhecido como “Gordinho do Bolsonaro”, Beto Pereira (PSDB) e Marcos Pollon (PL).

O texto aprovado é um substitutivo apresentado pelo relator, o deputado Max Lemos (PDT-RJ), ao Projeto de Lei 4149/04, de autoria do deputado Carlos Sampaio (PSD-SP). A nova versão altera trechos do Estatuto do Desarmamento (Lei 10.826/03),ampliando a punição para uma série de condutas relacionadas ao uso ilegl de armamento e explosivos.

Além do porte ou posse de arma de uso proibido, a pena de 6 a 12 anos também valerá para quem: 

  • tirar ou mudar numeração e marcas de identificação de arma de fogo ou artefato;
  • mudar as características de arma de fogo para torná-la equivalente a arma de fogo de uso proibido ou ou induzir policial, juiz ou perito a erro;
  • possuir, fabricar ou empregar artefato explosivo ou incendiário sem autorização legal;
  • comprar ou transportar arma de fogo com numeração, marca ou sinal de identificação raspado, suprimido ou adulterado;
  • vender, entregar ou fornecer arma de fogo, ório, munição ou explosivo a criança ou adolescente;
  • produzir, recarregar ou reciclar, sem autorização legal, munição ou explosivos ou adulterá-los de qualquer forma

Apesar do endurecimento, a pena para posse de arma de uso foi mantida: reclusão de 3 a 6 anos, mais multa. 

Outro ponto do projeto, é o agravamento da pena para disparo de arma de fogo em locais públicos ou habitados, quando for usada a arma de uso proibido. A pena, que hoje é de 2 a 4 anos de reclusão, ará a ser de 3 a 6 anos, além da multa. 

Também haverá punição mais severa para o comércio ilegal e tráfico internacional de armamentos. Se o crime envolver armas, órios ou munições de uso proibido, a pena será dobrada - atualmente o agravante é de 50%. 

Durante a votação, foram rejeitados destaques apresentados por parlamentares dos partidos PL e Novo, que tentavam barrar o aumento das penas. Outros deputados de MS também estavam presentes e votaram a favor do novo texto, entre eles Dr. Luiz Ovando (PP), Dagoberto Nogueira (PSDB), Geraldo Resende (PSDB), Camila Jara (PT) e Vander Loubet    (PT).

O relator acatou emenda que define, na própria lei, o que são armas de uso proibido. Segundo o texto, são aquelas descritas em tratados internacionais dos quais o Brasil é signatário, além de munições incendiárias ou químicas e armas disfarçadas como objetos inofensivos (simulacros). O objetivo é evitar que essas definições fiquem a critério de decretos do Executivo.
Parlamentares da oposição criticaram essa possibilidade, apontando que mudanças por decreto poderiam afetar cidadãos que possuem armas de forma regular.

"É urgente combater as armas ilegais. Mas os que possuem armas de forma legal não podem ser penalizados pela mudança de um decreto", disse o deputado Capitão Alden (PL-BA). 

Max Lemos, no entanto, garantiu que a proposta não atinge os colecionadores, atiradores desportivos e caçadores (CACs). “"À medida que aumentamos as penas para quem utiliza de modo ilegal arma de fogo, estamos protegendo e valorizando os CACs", afirmou.

O deputado Pastor Henrique Vieira (Psol-RJ), vice-líder do governo, defendeu a medida como necessária para enfrentar o tráfico de armas. 

“O crime organizado se alimenta do fluxo de armas ilegais. Ter mecanismos de punição para isso é absolutamente necessário e razoável”, declarou. 

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