Política

FORÇA PARTIDÁRIA

Federação entre MDB e Republicanos avança, confirmam lideranças de MS

O ex-ministro Carlos Marun revelou que, ainda nesta semana, os presidentes das duas siglas devem tratar dessa união

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Depois que o PP e o União Brasil criaram a federação União Progressista, agora será a vez do MDB e do Republicanos fazerem o mesmo, conforme informações readas ao Correio do Estado por Carlos Marun, ex-ministro-chefe da Secretaria de Governo da Presidência da República no governo Temer, e outras duas lideranças do MDB de Mato Grosso do Sul.

Os três caciques dos emedebistas sul-mato-grossenses informaram que a formação de uma federação ganhou força depois do encontro entre o presidente nacional do Republicanos, deputado federal Marcos Pereira (SP), e o presidente nacional do MDB, deputado federal Baleia Rossi (SP), realizado no Congresso Nacional, em Brasília (DF), no dia 6.

De acordo com Marun, as duas lideranças nacionais do MDB e do Republicanos devem voltar a ter um novo encontro ainda nesta semana, em Brasília. 

“Desde o dia 6, as negociações entre os dois partidos avançaram bastante. Nesta semana, Marcos Pereira e Baleia Rossi devem ter um novo encontro, e outras lideranças dos dois partidos devem participar, inclusive eu”, revelou.

Outra liderança do MDB estadual, a qual não quis se identificar, também confirmou as negociações e reforçou que a formação de uma federação com o Republicanos será boa para ambas as legendas, pois fortalecerá politicamente os dois partidos.

“Assim como o MDB tem três ministros no governo Lula – Simone Tebet, Renan Filho e Jader Filho –, o Republicanos tem um ministro, o Silvio Costa Filho. Portanto, são siglas que têm muito em comum”, ressaltou.

Já o terceiro cacique do MDB de Mato Grosso do Sul, que também não quis se identificar, destacou que as negociações com o Republicanos vêm de longa data, mas parecem que agora vão ser concretizadas.

“Marcos Pereira e Baleia Rossi tentam resolver disputas envolvendo líderes regionais das legendas para avançar nas negociações”, salientou.

Ele se referiu à Bahia, onde os partidos integram lados opostos da política local, com os emedebistas compondo a base do governador Jerônimo Rodrigues (PT), enquanto os republicanos integram a oposição do Executivo baiano.

“A federação entre as legendas pode colocar o Republicanos e o MDB como uma das forças mais expressivas da política nacional”, projetou.

Caso o acordo se concretize, ficariam em número de congressistas atrás só do PL e da federação União Progressista, composta pelo União Brasil e pelo PP.

Além da questão da influência dos partidos, a união serviria para aumentar o recebimento de recursos públicos para a campanha das legendas, aumentando as chances de seus políticos terem sucesso em disputas contra opositores.

EXPRESSIVO

A nova federação formada pelo MDB e pelo Republicanos ficaria com o seguinte número de cargos: cinco governadores (dois do MDB e três do Republicanos), 15 senadores (11 do MDB e quatro do Republicanos), 87 deputados federais (43 do MDB e 44 do Republicanos) e 1.304 prefeitos (864 do MDB e 440 do Republicanos).

Em MS, a federação teria 10 prefeitos (MDB), 134 vereadores (83 do MDB e 51 do Republicanos) e quatro deputados estaduais (três do MDB e um do Republicanos).

Para caciques emedebistas, a definição dessa federação também deve balizar a decisão do governador Eduardo Riedel (PSDB) de trocar o ninho tucano pelo do Republicanos.

Riedel é o único governador que permanece no PSDB dos três eleitos em 2022, uma vez que Raquel Lyra, governadora de Pernambuco, e Eduardo Leite, governador do Rio Grande do Sul, deixaram os tucanos e se filiaram ao PSD de Gilberto Kassab.

O mandatário sul-mato-grossense também foi sondado pelo partido de Kassab, entretanto, de acordo com aliados de Riedel, ele se comprometeu a aguardar as decisões da executiva tucana.

O prazo dado pelo governador para as definições é até o fim deste semestre, uma vez que os 44 prefeitos do PSDB no Estado aguardam essa definição de Riedel para tomarem um novo rumo.

SAIBA

As federações foram criadas pela Lei nº 14.208, de 2021. Trata-se de um modelo de união de partidos mais flexível que uma fusão ou uma incorporação. Ainda assim, traz regras mais rígidas que as antigas coligações proporcionais, em que legendas sem nenhuma afinidade político-ideológica se uniam exclusivamente para eleições, sem nenhum compromisso posterior. Com a federação, os partidos precisam permanecer juntos nos quatro anos seguintes.

As legendas preservam a sua identidade, seus filiados e a sua autonomia financeira, mas, além de terem de atuar conjuntamente nos legislativos, elas não podem disputar entre si cargos majoritários em eleições, como nas votações para presidente, governador ou prefeito. Os líderes nacionais miram os fundos partidário e eleitoral turbinados e na potência que a federação terá no Congresso Nacional.

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ENTREVISTA

"Esses edifícios criarão caos no trânsito e nos serviços públicos no entorno do Parque dos Poderes"

A vereadora Luiza Ribeiro (PT) lembrou que o MPMS já solicitou que cessem imediatamente qualquer novo empreendimento vertical nessa região de Campo Grande

14/06/2025 10h00

A vereadora Luiza Ribeiro (PT) concedeu entrevista exclusiva ao Correio do Estado

A vereadora Luiza Ribeiro (PT) concedeu entrevista exclusiva ao Correio do Estado Foto: Gerson Oliveira/Correio do Estado

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A vereadora Luiza Ribeiro (PT), integrante da Comissão Permanente de Meio Ambiente da Câmara Municipal de Campo Grande, concedeu entrevista ao Correio do Estado para falar do risco da instalação de empreendimentos verticais na região do entorno do Parque dos Poderes.

Ela reforçou que a proteção ambiental do Parque Estadual do Prosa, do Parque das Nações Indígenas e do Parque dos Poderes sempre esteve na pauta dos ambientalistas, que não vão deixar que ocorra a instalação de empreendimentos imobiliários verticais na região.

Vereadora, em que pé está hoje o debate sobre as construções verticais na área de amortecimento do Parque Estadual do Prosa?

A proteção do Parque Estadual do Prosa, do Parque das Nações Indígenas e do Parque dos Poderes sempre esteve na pauta dos ambientalistas e das pessoas que querem uma cidade com desenvolvimento, mas com respeito tanto às normas ambientais como às normas urbanísticas. Então, nós amos uns anos discutindo sobre a pretensão do governo estadual e do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS) de fazerem construções dentro do Parque dos Poderes. Graças a Deus, tivemos uma decisão judicial favorável a não construção naquele parque.

Agora, nos surpreendemos com decisões, que começaram a ser proferidas pela Planurb [Agência Municipal de Meio Ambiente e Planejamento Urbano]desde o ano ado, que autorizam a construção de vários empreendimentos imobiliários verticais de muitos apartamentos ou salas comerciais exatamente na chamada zona de amortecimento do Parque Estadual do Prosa.

Esse parque é uma reserva ambiental legalizada em Mato Grosso do Sul, incluído em um sistema nacional de Unidades de Conservação, e tem uma proteção especial, não sendo permitida, pelas legislações federal, estadual e municipal, a edificação concentrada naquela região porque isso traz impactos à natureza.

Nós temos uma fauna muito vasta lá, temos mais de 250 espécies de pássaros catalogadas ali que precisam de correntes migratórias para estarem aqui na nossa cidade, portanto, há todo um elemento, um arcabouço legal que proíbe que essa área seja utilizada como qualquer outra área da cidade para intensa verticalização de construções.

O Plano Diretor de Campo Grande, que é uma lei municipal, também compreende aquela área, chamada de Zona 3, como não própria para intensa urbanização. Ao contrário, ali é uma área que ite moradia, que ite construção de empreendimentos, mas não o adensamento populacional alto, por isso, o Plano Diretor de Campo Grande é uma norma que direciona para onde a cidade deve crescer, e o adensamento populacional está indicado para as zonas 1 e 2. A Zona 3, que é exatamente onde está a região do Parque Estadual do Prosa, não é uma área que está destinada ao adensamento populacional.

Por isso, nós estamos vendo a prefeitura, em vez de ser um órgão fiscalizador e regulador do adequado crescimento da cidade, fazer o contrário, criando ilegalidades com as permissões que autorizam as grandes construtoras a erguerem prédios verticais.

Fomos surpreendidos com a permissão de mais de 20 empreendimentos imobiliários de alta densidade populacional, o que vai provocar um impacto ambiental e urbanístico muito grave naquela região. Além de ser um prejuízo para aquelas pessoas que são, vamos dizer assim, iludidas com a compra de uma moradia, que é um imóvel caro e de alto padrão.

Esses edifícios criarão caos no trânsito e nos serviços públicos do entorno do Parque dos Poderes, pois aquela região não está estruturada para um grande adensamento populacional, o que, em vez de valorizar a propriedade, vai ser um problema para os proprietários desses apartamentos.

Por isso nós estamos alertando a sociedade para que não caia nessa conversa de que vai comprar um apartamento de padrão alto na região do Parque dos Poderes e terá uma vantagem patrimonial. Isso não é verdade. A cidade vai ter um prejuízo ambiental e urbanístico, enquanto o dono de imóvel vai ter o seu bolso lesado, se fizer um investimento nessa área.

Na sua avaliação, esses empreendimentos verticais podem trazer danos irreparáveis para a preservação ambiental e desrespeitar o Plano Diretor de Campo Grande?

Impulsionados pela reclamação de ambientalistas, arquitetos e construtores mais conscientes, a Câmara Municipal de Campo Grande fez, por meio da Comissão do Meio Ambiente – eu fui a proponente –, fez uma audiência pública no dia 4 de abril deste ano.

Como resultado dessa audiência pública e de algumas representações, o MPMS, por meio de duas promotorias ambientais, expediu recomendações, tanto ao governo como à Prefeitura de Campo Grande, para que realizassem várias ações de proteção a essa região e também de cumprimento das determinações urbanísticas, especialmente a Planurb, para que cessem imediatamente e suspendam licenças já concedidas para qualquer novo empreendimento vertical nessa região, para evitar disputas judiciais e outros prejuízos à cidade e aos investidores.

Essa expansão imobiliária na região já é alvo de investigação do MPMS, que instaurou um inquérito civil para avaliar as consequências dessa verticalização. Quais os desdobramentos disso?

O Ministério Público já instaurou vários procedimentos para investigar aspectos ambientais e também aspectos urbanísticos, e o primeiro efeito foi a expedição conjunta, por duas promotorias diferentes, de recomendações ao Estado e ao município.

Essas recomendações foram expedidas no dia 8 de abril, estão publicadas no Diário Oficial, e esses órgãos já foram intimados. Como são recomendações estruturantes, foi concedido prazo de 60 dias para que essas autoridades, tanto o governador Eduardo Riedel [PSDB], como o secretário de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação, Jaime Verruck, bem como a prefeita Adriane Lopes [PP] e a diretora-presidente da Planurb, Berenice Maria Jacob Domingues, possam se manifestar quanto ao cumprimento das determinações.

Por enquanto, nós estamos aguardando as respostas e movimentando a sociedade em torno de conhecer esse problema que a cidade a, porque muita gente não tem conhecimento desta situação, e, a partir da informação, se mobilize, assinando um abaixo-assinado que pede exatamente para que não sejam feitas construções verticais que adensem aquela região de forma a colocar em risco a natureza e a vida urbana.

Moradores dos bairros Santa Fé, Chácara Cachoeira, Jardim Veraneio e Carandá Bosque estão se mobilizando para evitar que esses empreendimentos verticais cheguem nas suas regiões, que atualmente são residenciais. Como é possível ajudá-los?

O morador da região é o mais importante, o morador da cidade é o mais importante, porque as pessoas são as personagens que devem ser protegidas no contexto da construção de uma cidade. Então, é muito bonito ver os moradores se reunirem em associação, buscarem saídas, como provocar o Ministério Público, provocar a Câmara Municipal e participar de audiências lá na prefeitura.

Nós estamos apoiando esse movimento dos moradores da forma que a Câmara pode apoiar, abrindo o debate e criando condições de um amplo diálogo, mas também assessorando tecnicamente os moradores quanto ao direito deles e quanto ao dever da istração, que é exatamente o que nós estamos questionando.

Neste momento, a Prefeitura de Campo Grande está promovendo, de uma forma irresponsável, um adensamento naquela região, que prejudica o proprietário morador, que prejudica o meio ambiente, que prejudica o futuro da cidade, e nós não podemos permitir isso, porque os impostos são pagos para a prefeitura para que ela organize os serviços cumprindo a lei federal, municipal e estadual. E o que nós estamos vendo é que a Prefeitura, sei lá por qual interesse, está promovendo autorizações para as construtoras fazerem empreendimentos imobiliários verticais ali, sem nenhuma condição legal, ambiental ou urbanística.

Mesmo com todos esses riscos, mais de 20 empreendimentos verticais foram liberados para essa região. A senhora acredita que há um lobby das grandes construtoras de edifícios residenciais que atuam em Campo Grande para explorar essas regiões?

Na audiência pública que realizamos, convidamos as apresentações dos consultores que estiveram na Casa de Leis e, naturalmente, fizeram a defesa do ponto de vista deles, que eles entendem que é possível a construção de tantos prédios verticais lá na região da zona de amortecimento do Parque dos Poderes.

Nós não podemos provar ou indicar qualquer indício de que há, por parte destas empresas, lobby de convencimento de servidores ou de gestores para as liberações sem observância da lei. Mas isso está a cargo do Ministério Público observar. Aqui, na Câmara Municipal, por enquanto, ainda não chegou para nós nenhuma denúncia ou indício que possa indicar um comportamento, seja da prefeita, seja das equipes que despacham nesses processos, que autoriza as construções ou qualquer desvio direto na conduta do servidor.

É claro que a gente tem sempre de observar. Até agora nós estamos tomando as decisões da prefeitura como equívocos, decisões equivocadas que precisam ser corrigidas, e não diretamente como uma conduta ilícita do servidor público por meio de convencimento sendo feito de maneira não determinada pela lei. O servidor público tem que dar uma decisão com base no seu entendimento e aplicar as leis que estão vigentes no País e aqui em Campo Grande.

Nós não podemos imaginar que servidores públicos da prefeitura ou a própria prefeita tenham constituído qualquer tipo de relação com o setor produtivo da construção civil para burlar as leis e obter com isso vantagens econômicas.

Mudando de assunto, a senhora faz parte da I do Ônibus. Como o trabalho dessa comissão pode melhorar a qualidade do serviço prestado em Campo Grande?

A I é muito importante porque a Câmara é a representação da sociedade. As pessoas prestam muita atenção no que acontece aqui, no âmbito do Legislativo. E a I já era uma reclamação há muito tempo, porque a sociedade percebe um serviço de péssima qualidade, que custa caríssimo para Campo Grande, custa caro para os moradores, para os usuários, e o serviço não melhora, atrasando o desenvolvimento da nossa cidade.

Portanto, uma Comissão Parlamentar de Inquérito é capaz de mostrar para as pessoas quais são os gargalos que ocorrem verdadeiramente e como resolvê-los. Por isso, organizamos uma I que, na nossa opinião, está indo muito bem.

A primeira fase foi demonstrar para a sociedade quais são os problemas na gestão da prefeitura. Nós comprovamos que a prefeita e os prefeitos anteriores não fizeram a sua parte no que se refere ao cumprimento do contrato. Isso, eu estou falando da fiscalização dos serviços.

Só para você ter uma ideia, a I revelou que, durante 12 ou 13 anos de vigência desse contrato, apenas uma auditoria foi realizada e três estudos técnicos pontuais, o que significa que a prefeitura simplesmente não cumpriu a sua obrigação de fazer a regulação do serviço, fazer a fiscalização desse serviço e do prejuízo ao usuário, à cidade, ao nosso desenvolvimento.

Então, a I já traz transformações, porque ela mostra para a cidade os problemas, e já estamos tendo alguns resultados, como, por exemplo, a determinação recente da prefeita para que o consórcio, em 30 dias, e já vai vencer o prazo daqui a 15 dias, faça a substituição de 98 veículos. Até agora, nós não tivemos a resposta da empresa, mas esperamos que ela cumpra. Se não cumprir, que a prefeita tome a decisão que deve tomar. 

Há um grande temor da população de que a I do Ônibus possa acabar em pizza. Como evitar que isso aconteça?

Essa é uma expressão muito usada quando tem Is, mas a tradição aqui da Câmara de Campo Grande é de ter feito sempre Is que tiveram muito resultado para a cidade. Eu me lembro da I do Câncer, do Hospital de Câncer, em que, inclusive, por coincidência, eu e o vereador Junior Coringa (MDB) trabalhamos juntos também.

Nós trouxemos mudanças estruturantes para a saúde das pessoas que estão com câncer em Campo Grande. Até hoje, as nossas decisões na I têm repercussões, com efeitos importantes para quem está com essa doença. Reorganizamos todo o serviço, no Hospital do Câncer, no Hospital Regional, no próprio HU [Hospital Universitário]. O Ministério Público entrou com ações e puniu, a Justiça fez ações criminais contra os responsáveis.

Portanto, nós temos uma tradição de ter bons resultados. Nessa I, nós também esperamos ter bons resultados. Vamos fazer um relatório em que constem todas essas questões. Aquilo que foi verificado como prevaricação, a gente já tem bem caracterizada a conduta ilegal do diretor da Agetran [Agência Municipal de Transporte e Trânsito]. Pedimos que a prefeita demita o diretor, e essa falta de ação dela pode gerar, inclusive, responsabilização, por não estar tomando a providência adequada.

Nós verificamos que o presidente da Agetran prevarica na ação pública que ele está lá para realizar, permitindo que os ônibus rodem com superlotação sem serem interceptados pela fiscalização. Além disso, também revelamos uma atividade de superexploração do trabalho dos empregados, e nós vamos levar ao conhecimento do Ministério Público do Trabalho, assim como vamos levar ao conhecimento do MPMS as demais condutas ilegais.

Então, achamos que podemos melhorar o transporte porque a sociedade se apropria das informações, não tolera mais aquelas ilegalidades, e aí as outras autoridades, inclusive do Poder Judiciário, vão buscar as alternativas para punir aqueles servidores que foram desidiosos com o contrato, tanto nesta gestão quanto nas anteriores. E também punir o consórcio pelas condutas ilegais.

Perfil - Luiza Ribeiro

Natural de Penápolis (SP), é formada em Direito Processual Civil e tem especialização em Gerência de Cidades pela Faculdade Álvares Penteado (Faap/SP). Foi superintendente do Procon-MS, quando fundou a Casa do Consumidor, secretária de Estado de Justiça e Cidadania no governo de Zeca do PT e presidente da Funsat de Campo Grande.

Exerceu seu primeiro mandato de vereadora em 2013. Em 2023, reassumiu um mandato na Câmara Municipal como suplente e, em 2024, foi a 12ª vereadora mais votada, reeleita com 4.982 votos.

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Mensagem

Comitiva de MS em Israel está "bem e em segurança", diz secretário; veja vídeo

Pelas redes sociais, Ricardo Senna pediu orações e disse que toda delegação está protegida

14/06/2025 09h00

Prédios atingidos por ataques iranianos em Tel Aviv

Prédios atingidos por ataques iranianos em Tel Aviv Foto: Reprodução (X)

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Em meio aos conflitos entre Irã e Israel, uma comitiva de Mato Grosso do Sul presente em Tel Aviv, capital israelense, aguarda retorno ao Brasil após o país atacar o Irã na quinta-feira (12).  Por meio de suas redes sociais, Ricardo Senna, secretário executivo de Ciência e Tecnologia, tranquilizou os sul-mato-grossenses e disse que a comitiva segue em segurança.

Entre os integrantes da comitiva também estão Christinne Maymone, secretária adjunta da Secretaria de Estado de Saúde (SES), Marcos Espíndola, responsável pelo setor de tecnologia da pasta. O grupo integra a Missão Internacional do Consórcio Brasil Central em Israel, que estava prevista para acontecer entre 7 a 14 de junho. 

Senna aproveitou a ocasião para descrever como o governo local tem lidado com os ataques aéreos do país vizinho.

“É um processo muito bem trabalhado pelas forças israelenses, que detectam os mísseis quando lançados, identificam as regiões, e antecipadamente disparam um alerta. Se soar o alarme, você tem 1min30seg para ir até o abrigo. Como nós estamos no hotel, cada andar tem um abrigo, inclusive no subsolo. Mais uma vez, quero agradecer, estamos bem, estamos em segurança, agradeço a todos pelas mensagens e orações que vocês tem feito”, declarou o secretário, que disse não ser possível ouvir e nem perceber os ataques na região em que estão.

 

Por sua vez, o consórcio também se manifestou sobre o ocorrido e disse monitorar os brasileiros. 

Leia a nota na íntegra:

O Consórcio Brasil Central informa que sua comitiva, atualmente em missão oficial em Israel, encontra-se em segurança e em constante articulação com o Ministério das Relações Exteriores de Israel, com a Embaixada do Brasil em Tel Aviv e demais autoridades brasileiras, buscando soluções seguras e responsáveis para o retorno da delegação diante do cenário delicado que se desenha na região. A missão oficial, prevista para ocorrer entre os dias 7 e 14 de junho, foi realizada a convite do Governo de Israel, com o apoio da Embaixada de Israel no Brasil, visando fortalecer a cooperação internacional e promover a troca de experiências em áreas estratégicas para o desenvolvimento da região do Brasil Central. A agenda, que trouxe resultados positivos, contemplou encontros de alto nível com autoridades israelenses, incluindo o Presidente Isaac Herzog e a Primeira-Dama Michal Herzog, além de visitas técnicas voltadas às áreas de segurança pública, saúde, inovação tecnológica, agricultura e desenvolvimento social. Reiteramos que a integridade e a segurança da comitiva é prioridade absoluta neste momento e que todas as medidas estão sendo adotadas com prudência, responsabilidade e atenção total ao cenário internacional. O Consórcio reafirma seu compromisso com a busca de soluções que promovam o desenvolvimento regional, o bem-estar da população e a construção de parcerias internacionais sustentáveis.

O confronto

Na noite de quinta-feira (12), as Forças de Defesa de Israel atingiram dezenas de alvos no Irã. Explosões foram registradas em Teerã e em outras cidades do país. Os militares afirmaram que o objetivo da operação era impedir o avanço do programa nuclear iraniano. O regime iraniano ameaçou Israel e Estados Unidos, ao afirmar que os países iriam "pagar caro". O líder supremo iraniano, o aiatolá Ali Khamenei, disse que Israel receberia "um destino amargo".

No dia seguinte, depois que as Forças israelenses realizaram uma segunda ofensiva, o Irã lançou centenas de mísseis balísticos. Vídeos mostraram o momento em que alguns deles atingiram Tel Aviv e furando o sistema de defesa do país rival.

Pedido de paz 

O Papa Leão XIV demonstrou "grande preocupação" com os ataques entre Israel e Irã neste sábado e apelou para que a comunidade internacional trabalhe para construir caminhos de reconciliação. O pontífice ainda pediu "responsabilidade" de iranianos e israelenses para com o próprio povo e o mundo, e "razão" para não cederem ao que chamou de "fúria cega".

"Ninguém jamais deve ameaçar a existência de outro. É dever de todos os países apoiar a causa da paz, abrindo caminhos de reconciliação e promovendo soluções que garantam segurança e dignidade para todos", afirmou o pontífice neste sábado na Praça de São Pedro, em Roma, após realizar sua primeira Audiência Jubilar desde que assumiu a liderança da Igreja Católica em 8 de maio.

Leão XIV também reforçou o apelo de "construir um mundo mais seguro e livre da ameaça nuclear", que deve ser buscado "por meio de um encontro respeitoso e de um diálogo sincero para construir uma paz duradoura, fundada na justiça, na fraternidade e no bem comum".

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