Política

DECISÃO

CNJ dá primeiro o para possível "demissão" de juiz de MS

O juiz Paulo Afonso de Oliveira está afastado desde dezembro de 2024 por suspeita de compra de sentença e lavagem de dinheiro.

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Mesmo com 12 advogados de defesa do juiz, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) decidiu por unanimidade nesta terça-feira (10) instaurar um processo istrativo disciplinar que pode resultar na aposentadoria compulsória do juiz Paulo Afonso de Oliveira.

O magistrado é titular da 2ª  Vara Cível de Campo Grande e foi alvo da Operação Última Ratio, desencadeada em outubro do ano ado e que também afastou cinco desembargadores e um conselheiro do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul.

Paulo Afonso foi representado pelo advogado Daniel Romeiro onde, no apelo sobre a abertura ou não do processo, minimizou os bens do investigado e disse que as novas informações eram “exagero” da imprensa. Afirmou que o juiz estava de acordo com as normas legais e de jurisprudência.

Romeiro afirmou que o magistrado já havia sido investigado e inocentado pelas acusações da liberação de R$5,5 milhões à advogada Emanuelle Alves Ferreira da Silva Júnior, em 2020.

Os bens investigados de Paulo seriam um avião e uma fazenda. Daniel afirmou que o Cessna 182, do ano 1984 e disse que o avião era um “teco-teco”. 

“Ele comprou metade de um avião, pagou R$100 mil, o valor de um carro. Com o perdão da expressão, um teco-teco. Tem 54 anos, com todas as peças originais. Para um avião isso é ruim. Se ele me chamar pra voar, eu não entro. Ele tem metade de um avião, falam como se tivesse um jato”, afirmou a defesa. 

Sobre a fazenda, Romeiro afirmou se tratar de um “pedaço de terra nos confins do estado de Mato Grosso do Sul” e que foi adquirida 10 anos antes de serem abertas as investigações dos autos. 

“Comprou esse pedaço de terra por R$700 mil, 10 anos antes dos autos, uma fazenda que ele não consegue ir de carro, por isso comprou metade do avião, para ir no final de semana. Então, se jogou as informações na imprensa com certo sensacionalismo”. 

Para Romeiro, o que “inflamou” a reabertura do processo, foram investigações da Polícia Federal que descobriu dois personagens novos envolvidos no estelionato. Segundo a investigação, Paulo faria parte de um grupo de WhatsApp com os novos nomes, que são do juiz Aldo Ferreira da Silva, que foi punido com aposentadoria e é marido da advogada Emanuelle, e o filho de um desembargador. A defesa nega que Paulo fizesse parte desse grupo. 

O grupo onde o magistrado estaria inserido juntamente com os investigados era composto por mais 33 pessoas, entre desembargadores, um coronel da polícia militar, políticos e empresários. Um grupo que serve, segundo Romeiro, para “ar corrente, fazer piada, não serve para armar um esquema criminoso”.

A defesa também ressaltou que Paulo foi o primeiro colocado no concurso de sua magistratura, além das primeiras colocações em metas e conselhos, e classificou a decisão de reabertura do PAD como “injusta e equivocada”. 

O relator Mauro Campbell Marques, desembargador do Tribunal de Justiça, afirmou que nenhuma condução foi pautada em notícias de jornais ou “alaridos”. Relembrou que o investigado autorizou a liberação do pagamento de mais de R$5 milhões ao escritório de advocacia de Emanuelle, mesmo com as suspeitas de fraude, relembrando que as s foram “grosseiramente” falsificadas. 

Campbell também recordou a apreensão do magistrado na operação Lama Asfáltica, deflagrada pela Polícia Federal, onde foi apreendido um notebook com documentos enviados por Emanuelle que comprovaram a obtenção do dinheiro pela advogada. 

Segundo a investigação, a advogada teria pago R$475 mil a Paulo e ao desembargador Júlio Siqueira, para garantir sentença favorável e permitir o saque de R$5,5 milhões de um engenheiro aposentado do Rio de Janeiro. 

Finalizou o relato afirmando que existem “razões suficientes para a instauração do conselho istrativo disciplinar, desvio de conduta e afronta aos deveres profissionais”. 

Por unanimidade, foi aprovada a instauração de processo istrativo disciplinar com manutenção do afastamento cautelar aprovando a portaria de aprovação do PAD. A sessão do CNJ foi presidida por Luís Roberto Barroso, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF). 
 

Relembre

Em 24 de outubro do ano ado foi deflagrada a operação "Ultima Ratio", que logo de cara começou com o Supremo Tribunal Federal (STF) afastando cinco desembargadores de MS,  suspeitos de envolvimento em um esquema de venda de sentenças e lavagem de dinheiro.

Em cumprimento à decisão, foram afastados inicialmente: 

  • Marcos Brito;
  • Vladimir Abreu;
  • Sérgio Martins (presidente do TJ);
  • Sideni Pimentel;
  • Alexandre Aguiar Bastos;
  • Paulo Afonso de Oliveira e 
  • Osmar Domingues Jeronymo. 

Ao todo, a Polícia Federal cumpriu 44 mandados de busca e apreensão, em diversos locais, como residências de investigados e seus familiares, prédio do TJMS, sede do Tribunal de Contas do Estado (TCE), fórum e escritórios de advocacia.

Informações apontam que foram encontrados R$ 2,7 milhões, além de notas em euro e dólar durante o cumprimento dos mandados e, no TJMS, os policiais chegaram a retirar uma "bolsa gigante" e um cofre, que pelo peso chegou a ser transportado do prédio em cima de uma cadeira. 

Fugiu

'Zambelli pode ser presa a qualquer momento', diz embaixador do Brasil na Itália

A declaração foi dada em entrevista para a Globonews nesta quinta-feira, 12

12/06/2025 20h00

'Zambelli pode ser presa a qualquer momento', diz embaixador do Brasil na Itália

'Zambelli pode ser presa a qualquer momento', diz embaixador do Brasil na Itália Divulgação

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Após o Supremo Tribunal Federal (STF) enviar o pedido de extradição da deputada licenciada Carla Zambelli (PL-SP), o embaixador do Brasil em Roma, Renato Mosca, afirmou que "ela poderá ser presa a qualquer momento". A declaração foi dada em entrevista para a Globonews nesta quinta-feira, 12.

"Há uma mobilização para deter a deputada, porque ela está na lista vermelha de difusão da Interpol. As autoridades judiciais italianas acataram o pedido e, hoje, ela poderá ser presa a qualquer momento", disse o diplomata.

O embaixador explicou que não há uma operação ou um mandado de busca. Conforme as leis italianas, ela não pode ser presa dentro do domicílio onde estiver, como uma casa ou um hotel. Mas a medida pode ocorrer em qualquer lugar que não seja inviolável.

"Há um mandado de prisão provisória para fins extradicionais que é o mandado a partir do pedido da Interpol solicitado pelo governo brasileiro, que foi referendado pelas autoridades judiciais italianas", disse.

Procurada pelo Estadão, a equipe da deputada licenciada não havia se manifestado até a publicação deste texto.

Entenda o pedido de extradição de Zambelli

Após ser condenada a dez anos de prisão e perda do mandato na Câmara dos Deputados por invasão aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Carla Zambelli deixou o País. Ela seguiu inicialmente rumo aos EUA e, depois, para a Itália, nação em que ela possui cidadania.

Nesta terça-feira, 11, o STF enviou pedido de extradição para o Ministério da Justiça e Segurança Pública. O documento foi encaminhado para o Itamaraty e, em seguida, para a Embaixada do Brasil na Itália, onde foi aceito pelas autoridades locais.

Na nação europeia, o deputado italiano Angelo Bonelli, do Partido Europa Verde, pressiona o governo pelo envio da procurada de volta ao Brasil. Ele já havia pedido a extradição de Zambelli anteriormente.

O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), também bloqueou os rendimentos da deputada licenciada nesta quinta-feira, 12. O pedido foi feito pelo ministro Alexandre de Moraes, que também determinou a prisão preventiva de Zambelli após a saída dela do Brasil.
 

Política

Três deputados de MS votam contra lei que eleva pena do uso de arma ilegal

O projeto de lei aumenta a pena pela posse ou porte de arma de fogo de uso proibido, como fuzis. A reclusão que antes variava de 4 a 12 anos a a ser de 6 a 12 anos

12/06/2025 10h45

Três deputados de MS votam contra lei que eleva pena do uso de arma ilegal

Três deputados de MS votam contra lei que eleva pena do uso de arma ilegal Kayo Magalhães / Câmara dos Deputados

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A Câmara dos Deputados aprovou na noite da última quarta-feira (11) o projeto de lei que aumenta a pena pela posse ou porte de arma de fogo de uso proibido, como fuzis. A reclusão que antes variava de 4 a 12 anos a a ser de 6 a 12 anos.

A proposta que agora segue para o Senado, recebeu votos contrários de três parlamentares de Mato Grosso do Sul: Rodolfo Nogueira (PL), conhecido como “Gordinho do Bolsonaro”, Beto Pereira (PSDB) e Marcos Pollon (PL).

O texto aprovado é um substitutivo apresentado pelo relator, o deputado Max Lemos (PDT-RJ), ao Projeto de Lei 4149/04, de autoria do deputado Carlos Sampaio (PSD-SP). A nova versão altera trechos do Estatuto do Desarmamento (Lei 10.826/03),ampliando a punição para uma série de condutas relacionadas ao uso ilegl de armamento e explosivos.

Além do porte ou posse de arma de uso proibido, a pena de 6 a 12 anos também valerá para quem: 

  • tirar ou mudar numeração e marcas de identificação de arma de fogo ou artefato;
  • mudar as características de arma de fogo para torná-la equivalente a arma de fogo de uso proibido ou ou induzir policial, juiz ou perito a erro;
  • possuir, fabricar ou empregar artefato explosivo ou incendiário sem autorização legal;
  • comprar ou transportar arma de fogo com numeração, marca ou sinal de identificação raspado, suprimido ou adulterado;
  • vender, entregar ou fornecer arma de fogo, ório, munição ou explosivo a criança ou adolescente;
  • produzir, recarregar ou reciclar, sem autorização legal, munição ou explosivos ou adulterá-los de qualquer forma

Apesar do endurecimento, a pena para posse de arma de uso foi mantida: reclusão de 3 a 6 anos, mais multa. 

Outro ponto do projeto, é o agravamento da pena para disparo de arma de fogo em locais públicos ou habitados, quando for usada a arma de uso proibido. A pena, que hoje é de 2 a 4 anos de reclusão, ará a ser de 3 a 6 anos, além da multa. 

Também haverá punição mais severa para o comércio ilegal e tráfico internacional de armamentos. Se o crime envolver armas, órios ou munições de uso proibido, a pena será dobrada - atualmente o agravante é de 50%. 

Durante a votação, foram rejeitados destaques apresentados por parlamentares dos partidos PL e Novo, que tentavam barrar o aumento das penas. Outros deputados de MS também estavam presentes e votaram a favor do novo texto, entre eles Dr. Luiz Ovando (PP), Dagoberto Nogueira (PSDB), Geraldo Resende (PSDB), Camila Jara (PT) e Vander Loubet    (PT).

O relator acatou emenda que define, na própria lei, o que são armas de uso proibido. Segundo o texto, são aquelas descritas em tratados internacionais dos quais o Brasil é signatário, além de munições incendiárias ou químicas e armas disfarçadas como objetos inofensivos (simulacros). O objetivo é evitar que essas definições fiquem a critério de decretos do Executivo.
Parlamentares da oposição criticaram essa possibilidade, apontando que mudanças por decreto poderiam afetar cidadãos que possuem armas de forma regular.

"É urgente combater as armas ilegais. Mas os que possuem armas de forma legal não podem ser penalizados pela mudança de um decreto", disse o deputado Capitão Alden (PL-BA). 

Max Lemos, no entanto, garantiu que a proposta não atinge os colecionadores, atiradores desportivos e caçadores (CACs). “"À medida que aumentamos as penas para quem utiliza de modo ilegal arma de fogo, estamos protegendo e valorizando os CACs", afirmou.

O deputado Pastor Henrique Vieira (Psol-RJ), vice-líder do governo, defendeu a medida como necessária para enfrentar o tráfico de armas. 

“O crime organizado se alimenta do fluxo de armas ilegais. Ter mecanismos de punição para isso é absolutamente necessário e razoável”, declarou. 

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