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Cinema B+: Por Que os Fãs de Reacher Pedem Histórias Originais na Série

Apesar do sucesso da 3ª temporada, fãs e críticos buscam o difícil equilíbrio entre fidelidade aos livros e novas surpresas para os mais fiéis.

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Há uma particularidade entre os fãs da série Reacher: a grande parte prefere que a Amazon Prime Video venha com histórias “originais” e deixe os livros de lado. Tão contrário à comunidade de Game of Thrones e House of the Dragon que demanda uma pausa para respirar e entender: como assim?

Para os não iniciados: Jack Reacher é o personagem central da série de livros best-sellers de Lee Child, tornou-se uma figura icônica na literatura de suspense contemporânea.

Criado em 1997 com o lançamento de Killing Floor, Reacher é um ex-policial militar que virou andarilho e viaja pelos Estados Unidos, frequentemente se envolvendo em vários crimes e ajudando os necessitados. Ao longo dos anos, o personagem fez a transição das páginas para as telas, primeiro em filmes e mais recentemente em uma série de televisão, provocando reações variadas do público e da crítica.

Nos livros, Jack Reacher foi um sucesso comercial com mais de 30 romances publicados e milhões de cópias vendidas em todo o mundo. O estilo de escrita de Lee Child é caracterizado por seu ritmo rápido e atenção meticulosa aos detalhes, muitas vezes atraindo os leitores para o mundo de Reacher com narrativas envolventes e tramas complexas.

O próprio Reacher é retratado como um lobo solitário, um homem de princípios que luta por justiça enquanto mantém um código moral que ressoa com muitos leitores.

O apelo do personagem está em seu heroísmo não convencional — Reacher não é um herói de ação típico. Ele frequentemente utiliza seu intelecto, habilidades de resolução de problemas e habilidades de observação aguçadas para superar desafios. Os leitores apreciam sua atitude prática e desdém pelas normas sociais, oferecendo uma visão revigorante do gênero de ação.

Os romances de Child conquistaram uma base de fãs dedicada, com leitores ansiosamente aguardando novas parcelas. A série recebeu vários elogios, solidificando o status de Reacher como um ícone cultural na ficção de suspense. O sucesso dos livros estabeleceu um alto padrão ao adaptar o personagem para o cinema e a televisão, levando a expectativas significativas do público

Em 2012 e 2016, o personagem Jack Reacher foi trazido à vida por Tom Cruise em duas adaptações cinematográficas: Jack Reacher e Jack Reacher: Never Go Back. Enquanto as performances de Cruise foram elogiadas por sua intensidade e carisma, a escolha do elenco dividiu a base de fãs porque a fisicalidade de Reacher — uma figura imponente e imponente — contrasta fortemente com a estatura, digamos, mais diminuta de Cruise.

Cinema B+: Por Que os Fãs de Reacher Pedem Histórias Originais na Série - Divulgação

Claramente Tom Cruise percebeu ali o poder de uma nova franquia, mas, como seus filmes não decolaram, mesmo com os críticos reconhecendo a capacidade do ator de incorporar as complexidades de Reacher, ele deixou de lado a marca. Aqui, os fãs gritavam contra a falta de fidelidade ao personagem de Child.

Assim quando em 2022, a Amazon Prime Video estreou a série Reacher, havia um certo receio. A temporada de estreia usou como base o primeiro livro, Killing Floor e o desconhecido Alan Ritchson é exatamente como o personagem é descrito no papel, assim finalmente houve sucesso de fãs e crítica. Céu na Terra!

Sendo fiel à literatura, a série foi ganhando maior público, oferecendo uma narrativa que ressoou tanto com fãs de longa data quanto com novos, e chegamos à terceira temporada onde agora há uma aparente divisão.

Como todos conhecem os livros, ou boa parte, reclamam que a fidelidade tira qualquer suspense e que seria melhor ter novas histórias que ainda não foram publicadas. POis é, não dá para agradar a todos!

Uma das coisas que alimenta essa expectativa é porque a Amazon Prime Video saiu da ordem sequencial dos livros já na 2ª temporada e voltando na ordem cronológica aqui na terceira, que é a adaptação do livro de 2003, Persuarder onde acompanhamos Reacher disfarçado em uma cidade costeira do Maine e buscando vingança. A série está mais violenta, gráfica e densa, mas quem conhece o livro sabe das reviravoltas, tirando o suspense da equação.

Volto a ficar surpresa com essa base de fãs tão diferente das demais, mas eles consideram que seria quase como uma “recompensa” à sua dedicação sem estragar nada para os não iniciados. Será mesmo?

Como Lee Child ainda está escrevendo livros de Reacher, (diferentemente de George R. R. Martin que não entrega o final de sua saga há mais de uma década), eles torcem que o escritor alinhe os livros às futuras temporadas da série.

Um dos trunfos da série é justamente Alan Ritchson que é aprovado unanimamente como Reacher. Ele não é o astro de ação convencional ou um ator dramático, mas entende o personagem por completo e está perfeito em todas as temporadas. Child adora ele e os dois têm trabalhado juntos na composição de Reacher nas telas.

Mas depois de repensar a proposta dos fãs assistindo a terceira temporada, como não sou leitora dos livros, entendo que há uma coerência no que pedem.

As histórias de Reacher são construídas em clichês e impossibilidades para torná-lo o herói improvável, quieto, violento e sarcástico. As cenas de luta são perfeitas e a violência mais realista do que se esperaria de uma série de ação, mas é o que a torna imprevisível.

Nesta terceira temporada de Reacher há uma maior angústia e uma sensação de confusão sobre onde estamos, mas funciona ao acumular corpos e caos em uma típica história de detetive. A performance de Alan Ritchson, continua sendo o ponto forte, e a série parece consolidar ainda mais sua identidade própria.

Não é uma temporada sem falhas, mas ela continua a mostrar que a série sabe aproveitar os elementos que a tornaram bem-sucedida: um protagonista imponente, cenas de ação de tirar o fôlego e uma narrativa instigante. A dúvida, porém, é se esse equilíbrio será capaz de sustentar o interesse do público a longo prazo ou se as próximas temporadas precisarão ousar ainda mais para manter a chama acesa.

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Cinema B+: O Estúdio: Uma Nova Sátira da Indústria Cinematográfica

Série da Apple TV Plus é uma aula de como os filmes são feitos pelos grandes estúdios americanos

14/06/2025 13h00

Cinema B+: O Estúdio: Uma Nova Sátira da Indústria Cinematográfica

Cinema B+: O Estúdio: Uma Nova Sátira da Indústria Cinematográfica Foto: Divulgação Apple TV

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Há uma característica narcisista de Hollywood que faz dos filmes sobre os bastidores da indústria algo que de tempos em tempos conquiste… “Hollywood”. São vários ótimos como O Jogador, de Robert Altman, de 1992, O Preço da Ambição (Swimming with the Sharks), de 1994, The Offer, de 2022 entre eles. Pelos primeiros episódios, O Estúdio, da Apple TV Plus, pode estar entre eles.

A série de comédia satírica foi criada por Seth Rogen em parceria com Evan Goldberg, Peter Huyck, Alex Gregory e Frida Perez, mergulha nos bastidores caóticos de um grande estúdio cinematográfico, oferecendo uma visão humorística e crítica da indústria do entretenimento.

Bem mais certeira e menos cifrada do que A Franquia, que já foi cancelada pela MAX, O Estúdio é profundamente apreciado para “quem entende as piadas internas” e ainda assim fácil de acompanhar se não pescar quem é quem ou do que estão falando.

A trama acompanha Matt Remick (Seth Rogen), o recém-nomeado chefe dos Estúdios Continental, que enfrenta o desafio de revitalizar a empresa em meio a rápidas transformações sociais e econômicas no setor cinematográfico.

Ao seu lado, destacam-se personagens como Patty Leigh (Catherine O’Hara), sua mentora e ex-chefe do estúdio; Sal Seperstein (Ike Barinholtz), um executivo irreverente; Quinn Hackett (Chase Sui Wonders), sua assistente ambiciosa; e Maya (Kathryn Hahn), a perspicaz chefe de marketing.

A inspiração para O Estúdio surgiu das próprias experiências de Rogen e Goldberg na indústria cinematográfica quando fizeram e fracassaram com Lanterna Verde e acertaram com sucessos como Super Mario Bros.

Durante o confinamento, a dupla concebeu a série como uma forma de explorar, com humor, os desafios e absurdos enfrentados por executivos de estúdios ao tentarem equilibrar a arte com as demandas comerciais.

A série é rica em participações especiais e referências ao universo de Hollywood. Há pontas de famosos como Ron Howard, Anthony Mackie, Peter Berg, Paul Dano, Charlize Theron, Steve Buscemi, Sarah Polley e Martin Scorsese, mas são as referências de negócios que nos fazem rir mais alto porque adicionam uma camada de autenticidade e humor à narrativa, satirizando a própria indústria que retratam.

No momento, a equipe tem a missão inglória de fazer um filme sobre o personagem Kool-Aid Man, e embora os absurdos soem piada são a parte realista dos negócios.

A série faz alusões a clássicos do cinema e brinca com fenômenos contemporâneos, incluindo a influência de diretores como Christopher Nolan e franquias de terror como Smile. Essas referências não apenas homenageiam a sétima arte, mas também oferecem uma crítica mordaz às tendências atuais de Hollywood.

A recepção crítica tem sido amplamente positiva, reconhecendo a inteligência do roteiro e “um dos retratos mais afiados de Hollywood em anos”. Não há exageros. O que me leva a perguntar: seria O Estúdio o novo O Jogador?

Cinema B+: O Estúdio: Uma Nova Sátira da Indústria CinematográficaCinema B+: O Estúdio: Uma Nova Sátira da Indústria Cinematográfica - Divulgação Apple TV

Ambos mergulham nos bastidores caóticos de um grande estúdio cinematográfico, lembrando um dos maiores clássicos do gênero, mas enquanto Altman expôs os jogos de poder da indústria cinematográfica através do thriller satírico estrelado por Tim Robbins, Rogen e sua equipe exploram o choque entre a tradição e as novas forças de mudança no cenário atual do entretenimento.

A Nova Era da Sátira Hollywoodiana

Assim como O Jogador ofereceu uma visão brutal e cínica da indústria do cinema nos anos 90, onde o protagonista Griffin Mill (Tim Robbins) enfrentava a pressão de roteiristas rejeitados e a ameaça de ser substituído no estúdio em que trabalhava, refletindo as ansiedades de uma Hollywood dominada por grandes corporações, O Estúdio faz o mesmo para a era do streaming e das franquias bilionárias.

Como o novo chefe dos Estúdios Continental, Matt tenta equilibrar a pressão comercial, a crise criativa e a necessidade de atender a uma audiência cada vez mais fragmentada.

O clássico de Altman está recheando de participações especiais de astros como Bruce Willis, Julia Roberts e Burt Reynolds, uma metalinguagem igualmente adotada na série da Apple TV Plus. Um dos momentos mais hilariantes da série envolve justamente Scorsese discutindo a produção de um filme sobre o personagem Kool-Aid Man, uma clara crítica ao desespero de Hollywood por franquias improváveis.

Se Altman ofereceu um olhar sombrio e satírico sobre o jogo de influências em Hollywood, Rogen e sua equipe ampliam esse escopo para incluir as redes sociais, o streaming e a febre das franquias. Se ainda não viu o filme, ele está disponível na MUBI.

No fim das contas, O Estúdio não apenas diverte com seu humor afiado, mas também faz uma crítica contundente às transformações e absurdos da máquina do entretenimento. É uma série essencial tanto para quem ama quanto para quem detesta a indústria de Hollywood.

GASTRONOMIA

Pãozinho quente, macio e caseiro

Conheça três receitas de pão, um dos alimentos mais antigos da humanidade

14/06/2025 12h30

A invenção do pão é atribuída à Mesopotâmia, há cerca de 12 mil anos, sendo um dos alimentos mais antigos da humanidade

A invenção do pão é atribuída à Mesopotâmia, há cerca de 12 mil anos, sendo um dos alimentos mais antigos da humanidade Foto: Freepik

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Há mais de 12 mil anos, o homem descobriu que podia moer grãos de cereais, misturá-los com água e assar a massa sobre pedras quentes. Assim nascia o pão, um dos alimentos mais antigos e simbólicos da humanidade. 

No Egito Antigo, por volta de 4.000 a.C., os egípcios dominaram a fermentação natural, criando pães mais leves e saborosos. Eles acreditavam que o pão era um presente dos deuses e o incluíam em rituais religiosos e oferendas funerárias.

Com o tempo, o pão atravessou fronteiras. Os gregos e os romanos aprimoraram as técnicas de panificação, criando as primeiras padarias públicas. Na Idade Média, o pão era a base da alimentação camponesa, enquanto, na Renascença, variedades como a baguete e o ciabatta começaram a ganhar forma na Europa.

No Brasil, o pão chegou com os portugueses, mas foi só no século 19 que as padarias se popularizaram, especialmente nas grandes cidades.

Hoje, em meio à correria do dia a dia, o pão caseiro ressurge como um ato de resistência. Seja pelo prazer de amassar a massa, pelo aroma que invade a casa ou pela satisfação de compartilhar um alimento feito com as próprias mãos, cada vez mais pessoas estão redescobrindo a magia de fazer pão em casa.

Fazer pão em casa vai além da alimentação: é um ritual que conecta gerações. Muitas famílias guardam receitas adas de avós para netos, cada uma com seu segredo – um toque de ervas, um jeito especial de sovar ou a paciência de esperar a fermentação lenta.

Em um mundo onde tudo é instantâneo, o pão caseiro faz lembrar que algumas coisas não podem ser apressadas. Cada etapa – misturar, esperar, assar – é um convite a desacelerar e a apreciar o processo. E, no fim, o aroma que toma a casa e o sabor inigualável de um pão feito com as próprias mãos são a melhor recompensa.

Se você nunca experimentou fazer pão em casa, agora é a hora. Separamos três receitas deliciosas, desde o clássico pão de fermentação natural até opções rápidas para o dia a dia.

Pão de fermentação natural

Ingredientes

  • 500 g de farinha de trigo orgânica;
  • 350 ml de água filtrada;
  • 100 g de fermento natural (levain);
  • 10 g de sal.

Modo de Preparo

Misture a farinha e a água e deixe descansar por 30 minutos.

Incorpore o fermento, adicionando o levain e o sal, amassando bem até a massa ficar homogênea.

Deixe a massa descansar por 4 horas, fazendo “dobras” a cada 30 minutos.

Modele o pão, coloque em um cestinho de fermentação e leve à geladeira por 12 horas.

Preaqueça o forno a 250°C com uma a de ferro.

Transfira a massa para a a quente, tampe e asse por 20 minutos.

Retire a tampa e asse por mais 25 minutos até dourar.

Pão de leite fofinho

Ingredientes 

  • 500 g de farinha de trigo;
  • 250 ml de leite morno;
  • 1 ovo;
  • 50 g de manteiga derretida;
  • 2 colheres (sopa) de açúcar;
  • 1 colher (chá) de sal;
  • 10 g de fermento biológico seco.

Modo de Preparo

Dissolva o fermento no leite morno com o açúcar e espere espumar.

Em uma tigela, misture a farinha, o sal, o ovo e a manteiga.

Adicione o leite com fermento e sove até a massa desgrudar das mãos.

Cubra e deixe crescer por 1 hora ou até dobrar de volume.

Divida a massa em bolinhas, coloque em uma forma untada e deixe crescer por mais 30 minutos.

Asse em forno preaquecido a 180°C por 20 a 25 minutos.

Dica: pincele gema batida antes de assar, para um pão dourado e brilhante.

Pão integral com sementes

Ingredientes 

  • 300 g de farinha de trigo integral;
  • 200 g de farinha de trigo;
  • 1 colher (sopa) de mel;
  • 1 colher (chá) de sal;
  • 1 xícara (chá) de água morna;
  • 2 colheres (sopa) de sementes (girassol, linhaça, chia);
  • 7 g de fermento biológico seco.

Modo de Preparo

Misture o fermento, a água e o mel e deixe descansar por 5 minutos.

Adicione as farinhas, o sal e as sementes, sovando até obter uma massa lisa.

Deixe crescer por 1 hora e 30 minutos em local aquecido.

Modele o pão, coloque em uma forma e deixe crescer por mais 30 minutos.

Asse em forno a 200°C por 35 a 40 minutos.

Dica: para um toque extra, acrescente nozes ou castanhas picadas.

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