Mapa da Segurança Pública, divulgado nesta semana pelo governo federal,
traz Mato Grosso do Sul entre os primeiros nos registros de feminicídio e estupro
Com 35 feminicídios e 2.315 estupros, Mato Grosso do Sul está entre os estados brasileiros onde a taxa de casos de crimes contra a mulher por 100 mil habitantes é mais alta. A informação está no Mapa da Segurança Pública do Ministério da Justiça e Segurança Pública, publicado nesta semana pelo governo federal.
De acordo com a publicação, que foi elaborada com dados de 2024, Mato Grosso do Sul é o segundo estado brasileiro com mais casos de feminicídio por 100 mil habitantes, ficando atrás somente de Mato Grosso. A taxa, no ano ado, segundo a pesquisa, foi de 2,39 registros por 100 mil habitantes, enquanto a do primeiro colocado no ranking da violência contra a mulher teve taxa de 2,47.
Os dados mostram que, além do Estado, Campo Grande também aparece entre os municípios do País com mais registros de mortes de mulheres em razão do gênero em 2024. Conforme os dados, a Capital ficou em sexto lugar entre as 10 cidades brasileiras mais perigosas, com 11 casos.
O ranking é liderado pelos municípios do Rio de Janeiro e de São Paulo, ambos com 51 feminicídios em 2024. Brasília (DF), com 23, é a terceira, Manaus (16) e Teresina (PI) vêm na sequência.
Em relação a 2023, Mato Grosso do Sul subiu três posições nesta pesquisa. Naquele ano, MS era o quinto colocado no ranking, com taxa de 2,07 feminicídios a cada 100 mil habitantes, e ficou atrás de Mato Grosso (2,45), que também foi líder, Tocantins (2,31), Acre (2,29) e Rondônia (2,20).
O que contribuiu para a elevação neste ranking foi o aumento de cinco feminicídios de um ano para o outro. Enquanto em 2023 ocorreram 30 assassinatos de mulheres por gênero, no ano seguinte foram 35, elevando a taxa em 16,6%.
ESTUPROS
No caso dos estupros, Mato Grosso do Sul registrou uma queda no ranking do Mapa da Segurança Pública. Enquanto em 2023 o Estado era o terceiro com mais registros por 100 mil habitantes, a pesquisa deste ano mostra que MS está em quarto lugar.
Ao todo, foram registrados 2.315 estupros em 2024, com taxa de 79,78 casos por 100 mil habitantes, número inferior ao de Rondônia, com 87,73, Roraima, com 84,68, e Amapá, com 81,96.
Em números absolutos, a queda entre 2023 e 2024 foi de 14,98%, saindo de 2.723 para 2.315 casos.
A pesquisa também mostra que 85% dos casos de estupro são referentes a mulheres, com 1.968 registros, dos 2.315 totais.
SUICÍDIO
O Mapa da Segurança Pública traz vários outros indicadores importantes, entre eles, o que apresenta que Mato Grosso do Sul é o estado que registrou o maior aumento porcentual de vítimas de suicídio entre 2023 e 2024 no País.
Conforme o levantamento, o aumento foi de 67,84% na taxa estadual, ando de 171 casos, em 2023, para 287, em 2024. Em números absolutos, foram 116 casos a mais.
A análise dividida por sexo aponta a predominância do sexo masculino entre as vítimas de suicídio no Brasil.
Em 2024, dos 287 registros, 212 corresponderam a pessoas do sexo masculino, representando 73% do total, enquanto 63 eram pessoas do sexo feminino. Segundo o Ministério, esse padrão de prevalência do sexo masculino tem se mantido estável ao longo dos anos.
No comparativo com 2023, de 171 casos, foram 133 vítimas homens e 34 mulheres.
Em todo o Brasil, foram registrados 16.218 suicídios no ano ado, o que representa uma redução de 1,44% em relação a 2023, quando foram contabilizados 16.455 casos. Essa média equivale a aproximadamente 44 suicídios por dia no País.
AGENTES DO ESTADO
O Mapa da Segurança Pública traz também o recorte de suicídios de agentes do Estado, e Mato Grosso do Sul também teve elevação expressiva, de 300%, ando de 1 para 4 casos, sendo a segunda maior variação do País, atrás apenas do Distrito Federal, que teve aumento de 600%, de 1 caso, em 2023, para 7, em 2024.
Ainda segundo o Ministério, a tendência de crescimento acende um alerta sobre a saúde mental dos profissionais de segurança pública.
A análise regional mostra que a Região Sudeste concentrou o maior número de casos em 2024, com 55 suicídios, crescimento de 5,77% em relação a 2023 (52 casos). O Nordeste aparece em seguida, com 40 vítimas, aumento de 17,65% em comparação ao ano anterior (34). A Região Sul registrou 27 suicídios, contra 23 em 2023, alta de 17,39%.
O Centro-Oeste teve o maior crescimento porcentual entre as regiões, com 19 casos em 2024, perante 11 em 2023 – variação de 72,73%.
* Colaborou Glaucea Vaccari