Cidades

Cidades

Superlotação na pandemia rende multa para Prefeitura e Consórcio em Campo Grande

Decisão judicial aponta que partes descumpriram normas de biossegurança estabelecidas no período pandêmico

Mesmo condenado recentemente, o Consórcio Guaicurus interpôs novo recurso pedindo que a multa fosse reduzida para R$ 10 mil. 

Mesmo condenado recentemente, o Consórcio Guaicurus interpôs novo recurso pedindo que a multa fosse reduzida para R$ 10 mil.  - Reprodução/Arquivo/Correio do Estado

Continue lendo...

Cerca de quatro anos desde que o mundo viveu a pandemia da Covid-19, o Consórcio Guaicurus, Agência Municipal de Transporte e Trânsito (Agetran) e o Município de Campo Grande estão sendo condenados ao pagamento de R$ 450 mil pelos casos de superlotação que descumpriram as medidas sanitárias durante a pandemia. 

Esse assunto se desdobra atualmente graças à ação ajuizada pelo Ministério Público de Mato Grosso do Sul, com base em fiscalizações e relatórios que comprovam que a decisão liminar da época, determinando que medidas efetivas de biossegurança fossem adotadas, não foi cumprida. 

Agora, através da 32ª Promotoria de Justiça de Campo Grande, a ação civil pública decidiu por multar as três partes envolvidas em valores totais que somam R$ 450 mil. 

Ou seja, a condenação impõe multa de cento e cinquenta mil reais para cada um dos três réus, graças às superlotações nas linhas do transporte coletivo e aglomerações que aconteceram durante a pandemia. 

Ainda com os réus alegando o contrário - como a Agetran que, em abril de 2021, afirmava não haver superlotação, segundo acompanhou o Correio do Estado à época -, com isso a Justiça reconheceu o não cumprimento das normas pois as partes não conseguiram comprovar que tudo corria conforme o estabelecido.

Tal decisão foi proferida de forma unânime pela 1ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS), negando os recursos interpostos pelas partes.

Relembre

Com a pandemia do coronavírus se espalhando mundialmente a partir de 2020, em 14 março daquele ano Mato Grosso do Sul confirmava os dois primeiros casos de Covid-19 e cerca de quatro meses e meio depois a doença já havia se espalhado pelas 79 cidades do Estado. 

No último mês de 2020, em entrevista ao Correio do Estado, o médico infectologista e pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Julio Croda, já itia o colapso do sistema hospitalar em Campo Grande. 

Entre as medidas tomadas em relação aos ônibus, desde o início da pandemia as pessoas aram a embarcar única e exclusivamente pela porta dianteira independentemente do ponto, como ação para tentar controlar uma possível superlotação. 

Além disso, os ageiros aram a ser obrigados a trocar de veículo com o tempo máximo de duas horas, o que segundo usuários ao Correio do Estado à época não era viável justamente por conta da redução de aproximadamente 24% da frota no período pandêmico. 

Levantamento feito pelo Instituto de Pesquisa Resultado (IPR), a pedido do Correio do Estado, indicou que a sensação do campo-grandense à época (80,19%) era que o Consórcio Guaicurus não se preocupava ou tinha desprezo total pelos ageiros na Capital.

Enquanto durante o primeiro ano da pandemia em dias úteis a frota rodava com 370 veículos, pelo decreto de 02 de julho de 2021 o transporte público ou a operar com o limite de 70% da capacidade máxima permitida, o que o então diretor-presidente disse impedir possíveis casos de superlotação. 

"A capacidade do carro é cinco lugares, então a lotação é cinco pessoas, se botar 6 ou 7 tem superlotação, agora se botar 4 ou 3 está abaixo da lotação.

Então o que tem que entender é isso, a gente não tem superlotação porque a gente não tem nem a lotação, a gente trabalha com 70% da capacidade, não atinge nem o máximo que pode atingir, que é 100%. Se eu não atingir 100%, como estou atingindo 110%, 120%? Isso não acontece",
- Janine Lima Bruno, então diretor-presidente da Agência em defesa quando questionado à época sobre superlotação

O Ministério Público reforça que, mesmo condenado recentemente, o Consórcio Guaicurus interpôs novo recurso pedindo que a multa fosse reduzida para R$ 10 mil. 

Conforme alegado pela concessionária, tais fiscalizações feitas durante período pandêmico não teriam qualquer tipo de critério objetivo. 

"A contestação, no entanto, não afasta os fundamentos já reconhecidos pelo Judiciário, de que houve descumprimento da tutela de urgência proferida com base em recomendação do MP... o recurso segue para análise da Vice-Presidência do TJMS, que avaliará a issibilidade de eventual remessa ao Superior Tribunal de Justiça (STJ).", complementa o MPMS em nota. 

 

Assine o Correio do Estado

PANTANAL DE MS

Mesmo sem dragagem, Rio Paraguai bate recorde no transporte de minérios

Média mensal deste ano é de 513,5 mil toneladas, o que é 6% acima do volume transportado no melhor ano da história, em 2023

14/06/2025 14h20

Minérios despachados pelo Rio Paraguai a partir de Ladário e Corumbá equivalem a 10 mil carretas por mês em 2025

Minérios despachados pelo Rio Paraguai a partir de Ladário e Corumbá equivalem a 10 mil carretas por mês em 2025

Continue Lendo...

Apesar do veto do Ibama à dragagem de manutenção no leito do Rio Paraguai, a hidrovia nunca viu tanto minério sendo escoado a partir dos portos de Ladário e Corumbá como nos primeiros quatro meses de 2025, conforme apontam dados da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) divulgados nesta semana. 

No primeiro quadrimestre os comboios de barcaças desceram o Rio Paraguai com 2,054 milhões de toneladas, o que representa uma média de 513,5 mil toneladas por mês, conforme a Antaq.

Se este volume fosse retirado do Pantanal por caminhões, seriam necessárias em torno de 10 mil viagens com carretas bi-trem.

O volume supera inclusive o escoamento de 2023, que até agora é o ano recorde de transporte pela hidrovia a partir dos embarques feitos em Mato Grosso do Sul. Naquele ano, a média mensal dos primeiros quatro meses foi de 483,7 mil toneladas de minério por mês. Isso representa aumento de 6,1% na comparação com aquele que era o melhor ano. 

E isso somente está sendo possível por conta do aumento nas chuvas tanto em Mato Grosso do Sul quanto na parte sul de Mato Grosso desde o final de setembro do ano ado. Em decorrência destas precipitações, o nível do Rio Paraguai em Ladário voltou a ar dos três metros nesta semana e neste sábado (14) amanheceu com 3,02 metros, o que não ocorria desde 26 de outubro de 2023. 

Nesta mesma época do ano ado o nível estava em 1,29 metro e fazia 40 dias que estava baixando. O pico de 2024 foi de apenas 1,47 metro e por conta da escassez de chuvas o rio chegou ao seu mais baixo nível em 124 anos de medição, alcançando 69 centímetros abaixo de zero na régua de Ladário, em 17 de outubro. 

Agora, a tendência é de que o nível continue subindo, embora lentamente, por mais alguns dias. Depois disso, tende a descer em torno de 40 a 50 centímetros por mês. E, se as chuvas retomarem seu ritmo histórico a partir de setembro, é possível que praticamente não ocorra interrupção no transporte durante o período de estiagem. 

Quando o rio atinge 1,5 metro, os comboios com minério podem deixar a região de Ladário e Corumbá com carga plena. Abaixo disso já podem ocorrer algumas reduções de carga. Mas, a partir do momento em que o nível fica abaixo de um metro, o transporte começa a ser suspenso. 

E foi justamente por conta da falta de água que no ano ado a média mensal de escoamento de minério nos primeiros quatro meses do ano foi de 297 mil toneladas, o que é 42% abaixo daquilo que foi transportado em 2025. 

Porém, se fosse feita a chamada dragagem de manutenção em 18 ponto com bancos de areia ao longo dos cerca de 600 quilômetros entre Corumbá e Porto Murtinho, o transporte poderia ser feito durante o ano inteiro, inclusive nos períodos de estiagem.

Em 31 de julho do ano ado, durante visita do presidente Lula a Corumbá, o presidente do Ibama, Rodrigo Antonio de Agostinho Mendonça, chegou a dar carta branca para o início imediato da dragagem do Rio Paraguai.

Na época, ele acatou o argumento de que aquilo que precisava ser feito no chamado tramo sul da hidrovia não se tratava de dragagem, mas de manutenção de calado, o que não exige os demorados estudos de impacto ambiental. 

Menos de um mês depois, em meio às polêmicas provocadas por uma carta assinada por mais de 40 cientistas e pesquisadores, o Ibama recuou e ou a exigir os estudos, que até agora não foram realizados.

Mesmo assim, o processo de concessão da hidrovia está andando e a expectativa é de que até o fim deste ano ocorra o leilão. Nesta semana, a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ) apresentou informações sobre a concessão da hidrovia à Associação Latino-Americana de Integração (ALADI). 

O encontro, segundo a Antaq, reforçou o compromisso em dialogar com todos os envolvidos na licitação, inclusive entes internacionais. O Rio Paraguai banha, além do Brasil, o Uruguai, o Paraguai, a Bolívia e a Argentina.

Sobre a concessão 

Nos primeiros cinco anos da concessão, terão de ser realizados serviços de dragagem, balizamento e sinalização adequados, construção de galpão industrial, aquisição de draga, monitoramento hidrológico e levantamentos hidrográficos, melhorias em travessias e pontos de desmembramento de comboio, implantação dos sistemas de gestão do tráfego hidroviário, incluindo Vessel Traffic Service (VTS) e River Information Service (RIS), além dos serviços de inteligência fluvial. Após esse período ainda serão feitas dragagens de manutenção na via.

De acordo com a Antaq, essas melhorias vão garantir segurança e confiabilidade da navegação. O investimento direto estimado nesses primeiros anos é de R$ 63,8 milhões. O prazo contratual da concessão é de 15 anos com possibilidade de prorrogação por igual período.
 

Batalhão de Choque

Com ajuda de cães farejadores, polícia apreende quase R$ 1 milhão em drogas

Operações foram realizadas nesta sexta-feira (13)

14/06/2025 11h45

Foto: Divulgação/ Policia

Continue Lendo...

Com ajuda de cães farejadores, o Batalhão de Choque da Polícia Militar apreendeu quase R$ 1 milhão em drogas nesta sexta-feira (13) em Mato Grosso do Sul. 

A primeira ação apreendeu  9,3 quilos de cocaína, em abordagem a um ônibus interestadual entre Campo Grande e São Paulo. Durante patrulhamento de rotina, os policiais realizaram uma vistoria no bagageiro inferior do veículo, onde, com ajuda de um cão farejador Zeus, encontraram nove tabletes de pasta base de cocaína em uma mala.

A ageira responsável pela bagagem foi questionada e itiu que havia sido contratada para transportar a droga até a capital paulista, onde receberia uma quantia em dinheiro, contudo, se recusou a informar quem o contratante.

Ela foi presa em flagrante e encaminhada à Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário (Depac-Cepol), onde a ocorrência foi registrada e as providências legais foram tomadas. 

Outro crime

Na mesma data, a polícia militar encontrou  170 quilos de maconha, distribuída em 225 tabletes em uma transportadora de Campo Grande, no bairro Coronel Antonino.

A droga foi encontrada pelo cão Aron, da raça Pastor Alemão, que indicou a presença de entorpecentes em embalagens identificadas como "tapete de couro automotivo".

A carga foi encaminhada e entregue na Delegacia Especializada de Repressão ao Narcotráfico (Denar). Ao todo, as apreensões resultaram em um prejuízo de R$ 800 mil. 

Assine o Correio do Estado

NEWSLETTER

Fique sempre bem informado com as notícias mais importantes do MS, do Brasil e do mundo.

Fique Ligado

Para evitar que a nossa resposta seja recebida como SPAM, adicione endereço de

e-mail [email protected] na lista de remetentes confiáveis do seu e-mail (whitelist).