Cidades

RECLUSÃO

Mulher é condenada por incendiar casa da ex-cunhada e realizar "gato" na energia

Os crimes ocorreram em 2022, no bairro Jardim Carioca, em Campo Grande, e foram confirmados após provas periciais e relatos de vizinhos testemunhais

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O Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS), por meio da 2ª Vara Criminal de Campo Grande, condenou uma mulher de 48 anos por atear fogo na casa da ex-cunhada e furtar energia elétrica da rede pública, caracterizando o famoso “gato”, em crimes ocorridos em 2022, no bairro Jardim Carioca.

Segundo a denúncia, a ré estava morando no imóvel da ex-cunhada, com autorização da própria, após pedido do irmão da vítima. Ficou acordado entre as partes que a moradora iria morar de graça na residência, arcando apenas com os custos de água e energia elétrica.

Quatro meses depois, a vítima retorna de Cuiabá para Campo Grande e pede para que a ex-cunhada deixe o imóvel. Porém, a ré se recusou a sair e a Polícia Militar precisou ser acionada, que, após conversas, convenceu a moça a deixar a casa.

Mas a história não parou por aí. Pouco tempo depois de sair do imóvel, vizinhos relataram que a ex-cunhada teria ateado fogo na residência, destruindo parte da sala e de um dos quartos, consumindo um sofá e uma estante. Além disso, testemunhas afirmaram que a moça transformou o local em um ponto de encontro entre usuários de drogas.

Através de perícia policial, foi confirmado o incêndio criminoso e furto de energia elétrica, com a existência de fio irregular que desviava a corrente elétrica da rede pública diretamente para o imóvel, sem ar pelo medidor, caracterizando subtração de energia, o famoso ‘gato’.

Durante o processo, que durou três anos, a ré negou que teria feito os dois crimes, mas foi contrariada por outras testemunhas, incluindo uma que diz ter presenciado o momento inicial do incêndio e visto a moça ateando fogo na residência.

Diante das provas, a mulher foi condenada a 6 anos, 7 meses e 7 dias de reclusão, em regime inicialmente fechado, além do pagamento de 193 dias-multa, calculados com base no valor do salário mínimo vigente à 2022 (ano dos fatos), devidamente corrigido.

Como justificativa à prisão em regime fechado, o juiz Deyvis Ecco disse que a decisão é baseada tendo em vista a reincidência, os maus antecedentes e a culpabilidade elevada atribuída à ré.

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CIDADE MORENA

Manhã fria marca 'festival' de alianças no bolo de Santo Antônio em Campo Grande

Data do padroeiro de Campo Grande serve de união entre a comunidade católica e aqueles fiéis que buscam alcançar uma graça do "santo das causas impossíveis"

13/06/2025 09h35

Bolos seguem disponibilizando três mil chances de achar uma aliança

Bolos seguem disponibilizando três mil chances de achar uma aliança Marcelo Victor/Correio do Estado

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Apesar do frio ter segurado alguns dos fiéis um pouco mais na cama na manhã desta sexta-feira (13), quem saiu cedo em busca do bolo do popular santo casamenteiro encontrou um verdadeiro festival de alianças durante a retirada na Catedral Nossa Senhora da Abadia e Santo Antônio em Campo Grande. 

Como no caso da católica de nascença, Fabíola Falcão, que após conseguir pegar uma aliança em 2024, como acompanhou o Correio do Estado, repete o feito neste ano, sendo a oitava vez encontrando o objeto entre o tradicional bolo de Santo Antônio. 

Entretanto, para ela, a emoção da conexão e sinal de sua fé para ela é tamanha que Fabíola ainda é tomada pela vontade de chorar. 

"Eu venho todo ano... na minha vida toda eu fui devota de Santo Antônio. Vamos ver se a gente vai arrumar um casamento ou então um namorado", comenta. 

Preste à fazer aniversário, no próximo dia 20, segundo ela, Fabíola considera o achado um "presentão" e ainda espera que a hora certa de arrumar um companheiro irá alcançá-la. 

E se o frio ainda segurou uns e outros um pouco mais na cama, o que resultou em um cenário diferente das longas filas que se formam em busca de retirar o bolo, a "friaca" não teve força suficiente para abalar a graça de Santo Antônio e a fé daqueles que acreditam. 

Isso porque não há nem necessidade de ser adepta da tradição há tempos para ter a sua graça alcançada, como no caso de Maria do Carmo, que pela primeira vez comprando o bolo deu a "sorte" de encontrar uma aliança. 

Nascida em Fátima do Sul, a sul-mato-grossense se criou na cidade de Campinas mas há 30 anos mora em Campo Grande, e apesar das andanças nunca deixou de lado a fé católica, berço no qual nasceu. 

"Olha, não conta pro Santo Antônio, mas eu sou devota de São Judas Tadeu... mas a gente montou um grupinho aleatório para fazer uma caminhada no Morro do Ernesto, sem nem ter a ver com o Santo, só que combinamos de nos encontrar aqui e receber a benção, mas o povo não chegou ainda", revelou ao Correio do Estado. 

Sem sequer ter comprado o bilhete com antecedência, aos 51 anos Maria do Carmo aproveitou que a fila estava pequena e foi movida a comprar "apenas para ajudar" o trabalho da comunidade. 

Ao comprar o bolo pela primeira vez na vida, ela que inclusive já foi casada mas está divorciada, espera que Santo Antônio tome uma providência em sua causa. 

Comunidade católica

Com cada um processando sua fé como lhe cabe, há aqueles que aproveitam a data para estender a graça de Santo Antônio à família e aos amigos, como Angélica Vivian, devota da Catedral há cerca de dois anos e aproveitou para vender os bilhetes e levar os potes de bolo até as casas dos compradores. 

Entregando 34 bolos de Santo Antonio de casa em casa, ela revela que conhecia Santo Antônio inicialmente da tradição, de que se virá-lo de cabeça para baixo a pessoa irá casar, mas expõe que se sentiu atraída quando se aprofundou em quem foi essa figura católica. 

"Vi que não era só casamenteiro, a vida dele, quem conhece Santo Antônio não vai só pelo lado do matrimônio, mas sim pela fé divina. Ver que a igreja católica é incrível, tem esses mistérios, essas dádivas, e quem conhece não larga", cita. 

Estudante de agronomia, a jovem de 22 anos está noiva há quatro meses e faz questão de ressaltar que o que chama de "presentão" não veio pela graça de Santo Antônio, mas que se espelha na figura para estreitar sua fé católica. 

"Acho que todos os dias, pela forma que ele ama Deus, é uma forma de se comparar á ele, para você ser pelo menos um pouquinho daquilo que Deus quer", diz. 

Jaqueline Barros é outra que saiu carregando sacola cheia de bolos, uma devota há pelo menos 15 anos que já pegou alianças três vezes e alcançou sua graça à época de conseguir ingressar na faculdade que queria. 

"Como moro aqui perto, estou pegando para mim, sim, mas tem a família e uma parte das amigas também", comenta. 

Novos tempos

Neste ano, mantém-se a disponibilização de três mil alianças, apesar de que o bolo desde a época da pandemia já não é mais o mesmo, deixando o tradicional formato de metros para uma versão distribuída em potes por meio de drive-thru. 

Sobre isso, o pároco da catedral, padre Wagner Divino de Souza, comenta os desafios de continuar sendo fiel à mensagem de Jesus Cristo, colocando ela a partir do tempo em que vivemos, numa dinâmica que ele considera dada pelo Espírito Santo.

"A ousadia de atualizar a mensagem da salvação no tempo que nós vivemos. É verdade, o tempo da pandemia nos deu esse upgrade, antes nós não pensávamos que iríamos evoluir para o sistema do drive-thru hoje", lembra. 

O padre é didático ao dizer que a comunidade precisa perceber a prova e convicção de uma fé, para só assim permanecer em um lugar, complementando nesse sentido dizendo que pessoas dos quatro cantos de Campo Grande buscam esse ponto. 

"As pessoas voltam sim a Santo Antônio, porque ele tem um testemunho que fala por si só. Tem uma frase dele que inclusive acho que relata bem isso, dizia: 'cessem as palavras, falem as obras'". 

Por esse ano de 2025 ser de Jubileu Extraordinário, o Padre é categórico em dizer que isso trouxe um "plus de alegria" para a comunidade católica que se envolve na confecção do bolo. 

"Porque a igreja catedral é uma das jubilares, é a igreja por excelência na diocese. E os devotos aqui de Santo Antônio, o povo aqui da paróquia, Literalmente, eles vestem a camisa no sentido mais puro e mais perfeito da palavra", diz. 

O padre revela a multidão envolvida na confecção de bolos, com turnos em três períodos com mais de cem pessoas juntas por vez. 

"Não dá pra gente fazer isso sem ter pessoas compromissadas com o Evangelho".

Sobre a fama de "casamenteiro", o padre conta que isso remete à meado do século XIII na Europa, enquanto algumas mulheres precisavam oferecer dotes à família do noivo e Santo Antônio, por ser de família abastada, oferecia ajuda silenciosamente, contribuindo para que esses matrimônios se realizassem.

"A igreja já via nisso alguém sensível à questão da dificuldade do outro, ao problema do outro. Daí nós brasileiros temperamos isso e realmente transformamos Santo Antônio nesse homem santo que protege, que abençoa as famílias", conclui.

 

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operação

Polícia Federal desmonta esquema de traficantes em assentamento de MS

Quadrilha usava estrutura em Itaquiraí para guardar as drogas, que posteriormente eram levadas pelo rio para o Paraná

13/06/2025 09h30

Mandados foram cumpridos em residências de suspeitos de integrarem a quadrilha de tráfico de drogas e contrabando de cigarros

Mandados foram cumpridos em residências de suspeitos de integrarem a quadrilha de tráfico de drogas e contrabando de cigarros Divulgação/ PF

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Operação da Polícia Federal (PF) em Mato Grosso do Sul mirou uma organização criminosa voltada ao tráfico de drogas e ao contrabando de cigarros ilegais que usava a estrutura de um assentamento rural no interior do Estado para armazenar a droga, isso antes de encaminhá-la para cidades paranaenses

De acordo com informações da PF ao Correio do Estado, o grupo atuava em cidades de Mato Grosso do Sul que fazem fronteira com o estado da Região Sul por meio do Rio Paraná.

A quadrilha adquiria cocaína na fronteira com o Paraguai e entrava com ela em Mato Grosso do Sul, onde, segundo a PF, utilizava assentamento rural em Itaquiraí, no sul do Estado, como entreposto da droga

O entorpecente permanecia nessas localidades até que o grupo o levasse para o Paraná, por meio de embarcações que cruzavam o Rio Paraná.

"As drogas saíam do Paraguai e eram levadas até Itaquiraí, onde eram armazenadas em assentamentos rurais até serem levadas até o Paraná, atravessando o Rio Paraná em embarcações. Do Paraná, as drogas eram distribuídas para outras regiões brasileiras", contou a PF ao Correio do Estado.

Realizada ontem, a Operação Terras Frágeis, que teve como objetivo a descapitalização da organização criminosa suspeita de atuar no tráfico de drogas e no contrabando de cigarros, cumpriu 15 mandados de busca e apreensão.

Os mandados ocorreram em municípios de Mato Grosso do Sul e do Paraná. Em MS, os alvos estavam em Itaquiraí, Iguatemi e Coronel Sapucaia. Já no estado da Região Sul os mandados foram cumpridos em Douradina, Icaraíma e Palotina. Todos as buscas foram autorizadas pela Justiça Federal da 3ª Região.

Conforme nota da PF, além das buscas, a Justiça também determinou o bloqueio de bens da organização "em valores que podem ultraar os R$ 30 milhões. Entre os ativos estão fazendas de alto valor localizadas em Iguatemi e Coronel Sapucaia e adquiridas com recursos supostamente oriundos das atividades criminosas".

Entre os itens apreendidos com a quadrilha estavam documentos, aparelhos eletrônicos, veículos (entre eles uma Fiat Toro e uma Toyota Hilux), embarcações (como um jet-ski), armas de fogo, gado e outros bens.
Ainda durante o cumprimento dos mandados, dois alvos foram presos por posse ilegal de arma de fogo.

De acordo com a PF, as investigações apontam que o grupo atua no tráfico de drogas e no contrabando de cigarros pelo menos desde 2017.

APREENSÕES

Essa operação é um reflexo da quantidade de organizações criminosas instaladas em Mato Grosso do Sul, principalmente na região da fronteira com o Paraguai, voltadas para o tráfico de drogas.

Apesar de a atuação da PF ser mais voltada na desarticulação financeira desses grupos, não é incomum apreensões de drogas no Estado. Tanto é isso que, de janeiro até esta quarta-feira, foram apreendidos em Mato Grosso do Sul 7,99 toneladas de cocaína pelas forças de segurança, conforme dados da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp).

Esse número já é maior que o registrado no ano ado, quando, até o fim de junho, foram apreendidas 7,98 toneladas de cocaína. Ainda, muito semelhante ao de 2023, quando foram recolhidas 10,3 toneladas no primeiro semestre.

Esse último ano, inclusive, foi o que mais se apreendeu cocaína em Mato Grosso do Sul: em 2023, foram 18 toneladas recolhidas em seus 12 meses um recorde histórico. Já em 2024 foram 17,6 toneladas apreendidas. Se este ano seguir com essa tendência, pode se aproximar ou até mesmo ar os dados dos anos anteriores.

Segundo a própria Sejusp, a localização de Mato Grosso do Sul contribui para que o Estado seja um importante corredor para entrada de produtos ilícitos no Brasil. Isso porque MS conta com 1.517 km de fronteira, dos quais 1.131 km são com o Paraguai e 386 km com a Bolívia.

Do total de trechos fronteiriços, 549 km são de fronteira seca. "[Isso] o torna vulnerável, fazendo com que [o Estado] seja a principal porta de entrada de drogas e armas no País", diz trecho de uma nota da Sejusp sobre uma parceria justamente com o Paraguai para o combate ao crime organizado transfronteiriço.

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